Capítulo 23

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Caminho em passos largos até a saída do salão e quando passava pelo corredor escuro apenas iluminado com luzes fracas, de cor rosa e vermelha , sinto umas mãos me puxando brutalmente e logo que sinto o cheiro inebriante desse perfume másculo, mesmo sem conseguir ver seu rosto por causas das luzes escuras, reconheço que é Ettore, o único homem que ultimamente está em meus pensamentos, me fazendo perder a cabeça.

Eu sei muito bem o que ele quer fazer, ele quer me usar para afectar os seus inimigos, mas eu não vou deixar e vou falar na sua cara porque não aguento mais guardar tanto sentimento ruim dentro de mim.

Desde pequena sempre fui do tipo que dá de frente e fala na cara, sempre fui muito corajosa e nunca senti medo de entrar em uma briga e não é agora que vou fugir.

- Me solta! - grito - O que estava pensando quando me trouxe aqui?! Um dia você me faz de sua prostituta e noutro de sua noiva?! Por acaso sou um objecto sem sentimentos!? Fez isso para que as pessoas pensem que sou como você? Uma louca psicop...- Não termino de falar quando ele fala gritando

- Cale a boca! -Ele grita e fecho os olhos - Não fale mais nada! - ele fala num tom mais baixo, mas notava-se sua fúria ao pronunciar as palavras - Não queira despertar o monstro que há em mim.

Fico em silêncio e só ouvia-se o som da respiração pesada de Ettore por conta da fúria - Agora vamos voltar para a festa - Ele ordena e acrescenta - e quero vê-la com a postura de uma deusa que você é. Do jeito que você é boa a atuar, acredito que não será difícil mostrar aos seus antigos colegas que está bem - ignoro seu comentário estúpido e caminhamos novamente até o salão.

Ergo o rosto quando entro no salão e respiro fundo para ter forças para caminhar. Andamos até a nossa mesa e nos sentamos. Ettore diz que está indo assinar umas papeladas para a transferência do dinheiro e quando ele voltar iremos para casa.

Peço uma água para beber enquanto espero Ettore voltar e reparo que Enrico se levanta... Ele está vindo?.

Ele se senta ao meu lado discretamente e fala sem olhar pra mim.

- Pelos vistos você está muito bem... Não parece estar precisando de ajuda...

- As aparências enganam meu grande amigo - Falo com um sorriso forçado.

- Então por que não vem com a gente?! Larga tudo e vem comigo. Eu vou ajudá-la e protegê-la! Não terá como ele atingir-te.

Sorrio de canto ouvindo suas palavras - se eu fugir dele desse jeito, não farei mais de 24h longe... ele vai armar algo e terá muitas mortes, algo que quero evitar.

- Por que não tentar? Não desista da sua liberdade! Me dá o endereço de sua casa e podemos resgatar você de maneira que não haja feridos... Da maneira mais discreta!

Será que seria possível eles tentarem me resgatar daquela casa cheia de segurança? E não me refiro só aos homens dele que cercam toda casa, mas da alta tecnologia de segurança que a casa dispõe!

Mas nunca saberei se não tentar... Porém, se algo dêr errado, as consequências hão de pesar minha consciência.

- Vou mandar o endereço por mensagem no número da minha mãe, agora vai, antes que Ettore volte. - Falo e ele se levanta ajeitando um dos botões do seu terno e sai seguindo até a porta da saída.

Sei que é muito arriscado aceitar a ajuda de Enrico, mas eu preciso arriscar para voltar a vida normal de sempre... Caso contrário nunca voltarei a ter a minha liberdade...

Dia Seguinte

Ontem, quando voltamos a casa, passamos toda viagem em silêncio. Eu estava exausta e só queria me deitar na cama e dormir feito pedra.

Pietra, Entre o Amor e o Ódio - Máfia Italiana - (Concluído) EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora