Pietra, Entre o Amor e o Ódio - Máfia Italiana - (Concluído) EM REVISÃO

Capítulo 36

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— O-O que você está fazendo aqui Ettore? — pergunto gaguejando.

  Em segundos, observo seu rosto a ganhar expressão séria. Reparo que seu rosto tinha orelhas profundas e escuras, como se não dormisse há dias. Sua barba por fazer, o tornava menos atraente. Ergo meus olhos e reparo que seus cabelos estavam mais compridos. Tudo nele havia mudado, e notava-se que estava sofrendo.

  Ele sorri forçado,e vira o rosto para o lado. Quando volta sua atenção em mim sinto um calor subindo até meu rosto  — Estou aqui por você Pietra! — Suas palavras são ditas em desespero — Porra... — murmura e continua mais calmo — Porque não aguento mais viver longe de ti! — Profere em um sussurro, enquanto suas mãos apertam meu braço sem machucar.

  Fecho os olhos por um instante, e solto o ar pela boca  — Ettore, — murmuro. Ergo meus olhos, e observo suas pupilas dilatando — Eu preciso voltar para o trabalho...

  Gostaria muito dizê-lo que não aguento mais ficar longe dele, mas eu não posso simplesmente esquecer Enrico e virar as costas para ele!

  Com as mãos trémulas, e quase sem forças, procuro forças para afastar seu corpo do meu e diminuir sua proximidade. Ele segura meus pulsos enquanto fixava seu olhar no meu. Viro o rosto para o lado e vejo minha visão ficando embargada por conta das lágrimas que ameaçavam cair.

— Eu não vou desistir de nós... — Ouço-o dizer e sinto uma imensa vontade de cair em prantos e chorar, mas me controlo e me mantenho firme e engulo em seco.— Está fazendo isso para me castigar? — Me mantenho em silêncio — Se fôr isso, então está conseguindo...

— Eu realmente preciso ir... — Murmuro. Continuo com o rosto virado para o lado, tento afastar-me, mas suas mãos seguram meu braço e olho para ele séria, porém minhas lágrimas denunciavam-me, mostrando minha fraqueza.

  Ettore olha para mim com cuidado, como se quisesse decifrar meus pensamentos mais íntimos...

  Lentamente ele solta meu braço direito, e seus dedos percorrem meu braço, traçando linhas imaginárias e todo meu corpo arrepia. Sua mão toca meu rosto com delicadeza e por instinto, fecho os olhos e me permito sentir a maciez da sua pele na minha. Sinto seu polegar tocar em meus lábios e sinto meu corpo a ficar quente. Solto um gemido baixo e em questão de segundos, queria sentir novamente seus lábios no meu.

  Sua mão esquerda me puxa mais para si, colando nossos corpos e abro meus olhos. Não tive coragem de olhar em seus olhos e fico reparando seu peito subindo e descendo — Até quando vai resistir? Até quando vai me impedir de tocá-la e sentir novamente seu gosto doce? — murmura rouco as últimas palavras e engulo em seco.

— Por favor... Ettore, não complique ainda mais.— sussurro e ergo meus olhos.

— Você está fazendo isso por causa daquele idiota? — Pergunta indignado — O que você tem com Enrico? — Pergunta irritado.

Solto uma lufada — Enrico não tem nada a ver com minha decisão e eu não tenho nada com ele! — Falo tentando afastá-lo de mim. Ele me puxa mais para si.

— Ele não é quem você imagina... — sussurra — Ele contou a você que é meu primo? — franzo o cenho — Filho do subchefe da Máfia! — fala com um sorriso de canto no rosto e empalideço.

— Você está mentindo! — murmuro sem forças.

  Como assim Enrico é um mafioso? Não parece... É impossível! Ele é um homem do exército e todo esse tempo não mostrou ser alguém ruim. Sua ficha está limpa! Sem nenhum indício de criminalidade!