Pietra, Entre o Amor e o Ódio - Máfia Italiana - (Concluído) EM REVISÃO

Capítulo 21

Já se passaram dias desde que nos mudamos e dói-me muito saber que estou próximo da minha mãe e não posso fazer nada para estar com ela. Me preocupa muito o facto de cada dia que passa desejar mais Ettore. Só sua presença faz com que minha respiração se torne mais ofegante... Seu toque faz com que meu corpo fique quente em questão de segundos, me fazendo querer entregar-se completamente em seus braços. Ele nunca mais tentou me tocar-desde o último dia na fazenda- mas sinto-o sempre quando fecho os olhos... imagino sua língua passando por minhas coxas... sinto o peso do seu corpo até hoje, suas mãos apertando minha coxa, sua mão no meu pescoço, sua boca na minha...

Não posso negar que o que sinto por Ettore é forte, pode não ser amor, mas é algo que jamais senti e é prazeroso, tão que é capaz de dominar meus pensamentos.

Quem me dera que fosse tudo diferente e eu nunca me tivesse envolvido tanto. Se pelo menos ele fosse um homem diferente do que é e eu uma mulher diferente do que sou tudo daria certo, mas é impossível fechar os olhos e se entregar por completo.

Sei que quando eu fugir, jamais me esquecerei de seus beijos molhados em todo meu corpo... Sua boca macia chupando e se deliciando da minha... Seus braços fortes tocando as curvas da minha cintura descendo até minha coxa... Seu peito esculpido na palma da minha mão, seu corpo pesado por cima do meu me penetrando com força...

- Eu preciso esquecê-lo... -- Sussurro para mim mesma e saio da banheira cheia de água com espuma.

Paro de andar um pouco quando sinto tontura forte e fecho por um instante meus olhos e em seguida abro novamente. Tiro minha toalha que estava pendurada e amarro em volta do meu corpo.

A médica só virá próxima semana para entregar o resultado do exame de gravidez. Era para entregar já há dias atrás, mas por causa da nossa mudança, ela só virá próxima semana porque tem a agenda lotada. E só fiquei a saber porque ouvi escondido quando ele conversava no escritório. Ettore não me contou nada! Na verdade, ele não me conta nada.

- Por favor meu Deus, não permita que eu esteja grávida...-- murmuro vendo meu reflexo no espelho. Reparo que meus cabelos já cresceram mais e agora estão caindo até meu braço.

Antónia já não vive mais com a gente, ela ficou na mansão e só Deus sabe como deve estar... Ela ama os filhos e esse seria o castigo mais cruel para dar a uma mãe... Se ela estivesse com a gente iria me ajudar a escapar, mas já que não está, vou ter que me virar sozinha. Agora minha única esperança será a minha médica ginecologista.

Saio do banheiro e encontro Michele no quarto... Ela já está recuperando, mas ainda anda cochando e está usando duas moletas para conseguir se movimentar. Uma das balas atingiu seu pé e isso causou um dano numa das veias impedindo sua locomoção. Mas está fazendo fisioterapia e o doutor disse que ela vai recuperar.

- Oi cunhadinha! -- Ela fala animada e sorrio debilmente -- Adivinha o que trouxe para você?

Dou de ombros e pergunto sem muito ânimo -- O que pode ser?

- Um vestido lindíssimo que meu irmão mandou trazer! -- Ela fala empolgada e solto um sorriso leve disfarçando meu desinteresse -- Espere. Vou tirar o vestido da caixa.

Ela caminha até a cama cochando, hoje não estava usando as muletas. Ela abre a caixa e cruzo os braços observando seu empenho. -- Olhe para isso -- Ela tira o vestido preto brilhante da caixa e me mostra. É um vestifo de gala, comprido até os pés... Parece ser justo...-- Olhe para esses brilhos! -- Ela fala animada e sorrio-mas dessa vez um sorriso verdadeiro.

- É muito lindo... Seu irmão tem muito bom gosto -- Falo.

- É só olhar para você que logo se vê que meu irmão tem bom gosto. -- Ela caminha até mim ainda cochando e quando para bem próximo fala com a voz suave, enquanto toca nos meus cabelos -- Vou fazer-te um penteado Coroa! Você vai ficar linda e chique. Farei uma maquiagem leve, pintarei seus lábios de vermelhos...