Capítulo Bónus

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Quando ouvi os tiroteios não pensei duas vezes em ir ver o que estava acontecendo. Mas fui parado por uns segundos quando minha brava esposa segurou em minha mão pedindo para que vá para "guerra", no mesmo instante percebi que ela me ama e já não existia mais qualquer vestígio de dúvida. Aquele simples acto mostrou que sim, ela me quer por perto tanto que não aguentaria ver minha morte e por isso, naquele instante percebi que não tinha feito a escolha errada ao escolhê-la como esposa.

Depois de ignorar suas súplicas e dizer-lhe que não demoraria, caminhei em passos largos até o corredor escuro convicto de que mais a frente encontraria uma porta dos fundos. Ouvia-se tiroteios por toda parte e por segurança, encostei num canto da parede para não ser atingido pelas balas. Por segundos fiquei imaginando quem seria o causador de tudo isso, mas não tive muito tempo para pensar porque os tiroteios continuavam e eu precisava defender-me.

Tiro minha arma da calça e disparo várias vezes para tentar acertar o inimigo, mas não tive muito sucesso,faço o cálculo de quantas balas me restam e deixo-o disparar, quando suas balas terminam o atinjo com uma bala no crânio.

Havia mais um homem e me jogo contra ataque e luto punho a punho, disferindo socos no abdómen do inimigo até perder as forças. Soco o rosto do militar, depois chuto seu joelho quebrando-o e o mesmo grita de dor caindo de joelhos no chão.

- Quem mandou vocês? -- Pergunto apontando a arma no crânio do homem que sorri mesmo sentindo dor dos golpes, mesmo estando com medo de morrer e de nunca mais poder se encontrar com sua família... Mas algo que estava por cima de sua vida era lealdade...a Pátria!

Sem paciência e remorso disparo em sua testa.

- Desgraçado... -- falo enquanto observo o corpo do homem caindo no chão sem forças.

- Senhor! -- Um de meus homens vem até mim correndo -- Há homens da força militar por todo lado!

- Como eles entraram Caralho!? -- Pergunto furioso enquanto carregava outra arma.

- Não sei. Alguém deu a ordem para que os deixassem entrar...

Se a guarda militar está aqui, então Pietra planejou tudo junto com eles para tentar acabar com sua raça... Desgraçada!

Pela primeira vez entreguei o pouco de sentimento que restara de mim para provar que podemos ter algo à mais e claro, fui um tolo por achar que Pietra não seria capaz de fazer mal a minha família!

Sei que errei trancando ela nesse lugar, mas ou eu faria isso, ou ela teria que morrer por ser uma impostora.

Eu nunca desejei tanto uma mulher e foi esse desejo que impediu-me de matá-la. Mesmo gostando muito dela não vou perdoar tamanha traição. Pietra vai ter que arcar com as consequência de seus atos! E ela não vai gostar nada de conhecer meu lado mais perverso.

- Senhor, o que podemos fazer? — Um de meus homens pergunta.

- Mande metade dos homens para o salão onde estão os convidados e o resto fica para atracar. Avise para que tragam mais homens — ordeno — caminho até o jardim em passos largos e precisos.

- Já chamamos reforço e estão a caminho. Não acha que será muito perigoso estar aqui tendo poucos homens para o protegê-lo? — ele pergunta preocupado. Entendo sua preocupação, visto que se eu cair, a casa toda cai.

- Sim! É! E por isso vou! — digo sorrindo amargamente e saio daí em passos largos atento a qualquer movimento do inimigo. Sempre fui um homem muito corajoso e nunca temi a morte! Sempre fui o mais forte entre os homens muito. Nunca neguei uma batalha e várias vezes consegui abater mais de dez homens numa batalha sozinho.

De repente sinto o meu dispositivo GPS que coloquei no colar de Pietra a vibrar no meu bolso. Isso significa que Pietra está saindo da mansão e de certo, eu jamais deixarei que ela escape de mim! Ela precisa pagar por todo estrago que fez! Precisa ser punida!

Sigo correndo até o jardim e ouço tiroteios. Meus homens disparavam contra os inimigos. Rapidamente tiro meu telefone do bolso, ligo para meus homens e aviso que prepararem três carros para sair.

A situação já estava sendo controlada e vários tropas militares estavam caindo no chão.muitas mortes!

Enquanto ando disparo contra os inimigos gritando de fúria. Já estou frustrado com toda essa situação causada por Pietra que até hoje não aceita seu destino! Ela é teimosa demais!

Só espero que minha família esteja bem, tenho medo que aconteça algo com ele, por isso mandei a maior parte dos homens protegerem todos que estavam no salão em especial minha família.

- Irmão! Cuidado! — Tudo aconteceu tão rápido quando Michele se atirou contra as balas que podiam atingir-me. Foram cinco disparos e Deus sabe que no mesmo instante queria ser eu a sofrer a dor de cada bala. Por alguns segundos fico sem forças enquanto vejo o corpo da minha querida irmã cair no chão. E pior, não pude fazer nada!

- Não! - Grito

O que ela estava fazendo aí? Por que ela saiu do salão? Quem deixou ela sair? Questionei-me enquanto corria até minha irmã sem me preocupar com o som dos tiroteios.

- Michele! —  largo a minha arma que cai na relva húmida por conta da chuva.

Me agacho próximo a ela enquanto meus homens disparam com tudo contra os inimigos. — Acorde! Por favor. Não feche os olhos... — suplico para minha irmã. Michele sangrava e estava perdendo muito sangue

—Irmão, e-eu s-salvei você... — Ela fala tossindo a sangue.

- Por favor, não fale minha irmã... Você vai ficar bem... — Falo na tentativa de acalmá-la. Só Deus sabe o quanto estou me esforçando para não chorar... não mostrar fraqueza enquanto vejo minha irmã perdendo a vida aos poucos e não posso fazer nada! Qua ódio de mim! Isso tudo é culpa minha! Se eu não ficasse obcecado por Pietra e matasse ela logo nada disso aconteceria!

- Eu não quero morrer... — Ela diz chorando.

- Você não vai morrer! Você é uma Sra.Guerra! E os Guerras não morrem com simples tiroteios! — falo dando esperanças a minha irmã.

Michele é e sempre foi muito querida por mim. Quando meu pai morreu, cuidei dela como uma filha! Ela sempre foi muito compreensível comigo e sempre foi e é a luz da família em momentos difíceis. Não pode morrer! Não vão morrer!

- Senhor, os carros estão prontos! — Um de meus homens informa, mas eu não liguei suas palavras... Eu só queria que minha irmã ficasse bem. Passo meus dedos em seu cabelo fazendo carinho.

- Ai meu Deus! Minha filha! — Antónia aparece correndo e gritando quando vê Michele no chão — Não não! Minha filha querida... — Ela grita enquanto chora.

Ouço o barulho das cirenes da ambulância e digo sério — mãe, fique com Michele, vou buscar Laura.

Eu ainda ouvia os choros da nossa mãe enquanto me distanciava e isso só aumentou mais a minha raiva por Pietra, não vejo a hora de colocar as mãos nessa mulher que há minutos atrás ainda amava...ela não merece o meu amor, minha piedade...

- Pietra, você não perde por esperar... - murmuro para mim mesmo

Um capítulo bónus e fresquinho para vocês😘. Hoje é dupla e tem maiiiis.

Pietra, Entre o Amor e o Ódio - Máfia Italiana - (Concluído) EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora