Das coisas infinitas que chegaram ao fim

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Ah, meu amor. Ai de nós se soubéssemos da finitude de nosso amor.

Se soubéssemos que todas as promessas seriam quebradas, que a cama acabaria vazia, que a nossa viagem nunca iria acontecer.

O que aconteceria se soubéssemos que estávamos dividindo nossos segredos mais profundos com futuros estranhos? Eu teria me esforçado tanto para aprender o que te faz rir? Você gastaria tanta energia aprendendo a me agradar e a lidar com o meu jeito sonhador? O que fazemos com todo esse conhecimento agora? Estávamos fazendo um curso intensivo de "nós dois" para acabarmos com um diploma inútil pendurado na parede.

Um tempo pra pensar. Se nós soubéssemos da finitude do nosso amor, não daríamos beijos tão ardentes, não gritaríamos tão alto no sexo e não correríamos para nos abraçar na chuva. Se soubéssemos como iria acabar a jornada, não teríamos apreciado tanto a paisagem, eu não me sentiria tão em paz enquanto você dormia nos meus braços e o mundo não teria sido tão cheio de cores e quente como foi. Escapamos por pouco, eu diria.

Um copo de água mata a sua sede mesmo que fique vazio depois. E a ignorância é uma benção. 

CADERNO DO SALIOnde histórias criam vida. Descubra agora