Um blog dentro do Wattpad.
Eu sou só um rapaz que gosta de escrever. Trabalho na revista Mundo Estranho, sou embaixador do Wattpad, escrevo livros e gostaria de conversar com você neste espaço.
Você aceita?
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Todo final de ano eu faço um apanhadão de como a minha carreira se desenvolveu até então e quais são os planos e perspectivas para o próximo ano. Basicamente, é um texto que ninguém lê, exceto o pessoal que me acompanha bem de perto. Mas, ainda assim, é bom para organizar as ideias.
O ano de 2018 foi onde mais escrevi. Foram páginas e mais páginas de dedicação total. Coisas que não estavam no radar deram super certo enquanto planos mais básicos naufragaram. Descobri os efeitos da ansiedade no corpo ao mesmo tempo em que criei personagens dos quais nunca vou esquecer. Aqui vai o resumão.
Começamos a temporada com a estreia de Jéssica, no Wattpad. A ideia era escrever um livro leve e divertido, o primeiro que eu pudesse chamar de "comédia romântica". Existem algumas razões para isso a) Jéssica é na essência uma personagem divertida e pedia uma história assim e b) tive a vontade de fazer algo leve para espairecer a mente que estava acostumada a escrever coisas melancólicas.
Jéssica já era uma personagem conhecida de outro livro (Ick Perspectiva), então era esperado que desse certo, mas o resultado foi ainda melhor do que as minhas previsões. Em menos de um ano a história da garota que virou mãe cedo demais alcançou 647k de leituras. Para efeitos de comparação, Mais Leve que o Ar tem 690k.
Alguns fãs mais antigos estranharam a história ("nem parece você escrevendo"), mas Jéssica também foi essencial para trazer pessoas novas para a nossa comunidade. É melhor irem se acostumando, eu sempre vou escrever livros diferentes.
Depois disso, nós tivemos o meu primeiro livro na Amazon. Não me olhe Assim conta a história de Elena e os seus pensamentos niilistas. Escrevi tudo baseado no manual de boas práticas da OMS que ensina como falar sobre o suicídio na ficção da maneira correta. O livro conta com a participação de Ick Fernandes, também personagem de Ick Perspectiva. Ou seja, oficialmente temos um Saliverso em andamento.
Estou longe de ser um fenômeno na Amazon, mas o livro teve resultados interessantes. Além do mais, o dinheirinho que entrou foi muito bem vindo. Pretendo publicar novamente na Amazon em breve, gostei da plataforma.
O ano acaba com o projeto que mais me entusiasmou em anos. Em O Clube dos Jovens Quebrados estou testando formatos inteiramente novos. Os capítulos serão postados mensalmente, não mais semanalmente, e em todas as plataformas disponíveis. Você poderá ler a mesma história no Wattpad, Sweek, Tumblr, Facebook, Twitter, Instagram e Medium. A ideia é ser lido, não importa como. Também quero incluir na Amazon, mas não sei como. Faz sentido postar um capítulo por vez? Ou termino tudo e faço um apanhadão para jogar lá? Não sei.
Este ano também foi marcado por ser aquele em que eu finalmente abracei o meu lado Hebe Camargo. E foi maravilhoso. Inauguramos a Sali TV, em parceria com o LabPub, onde falo sobre livros no YouTube e a resposta do público está sendo ótima. Tive a honra de fazer a cobertura digital do Prêmio Jabuti ao lado da Tati, um convite da CBL e do Coisa de Livreiro. De longe, a melhor coisa do ano.
Também fiz a apresentação do Coerência Awards, prêmio da editora Coerência, a primeira a patrocinar a Sali TV. Foi lindo!
E foi a minha primeira vez na TV aberta. Duas vezes!
Quero continuar apostando neste meu lado Hebe em 2019, possivelmente com a criação de um podcast. Aguardem.
No papel, a Lote 42 continuou fazendo o trabalho de ponta com o Mais Leve que o Ar. A Super Interessante publicou uma coletânea chamada Realidade Alternativa que colocou um conto meu junto a de vários autores que admiro como o Raphael Montes e o Bruno Crispim.
Ainda assim, o meu maior tombo veio da relação com o mercado impresso. Passei o ano desenvolvendo uma história que não encontrou espaço entre as editoras. E nem preciso dizer como a coisa está feia. O mercado está passando por um momento de repensar as suas estruturas mais básicas e, de fato, não está sendo fácil para ninguém.
Isso me fez pensar. Já houve dias em que tudo que eu queria era entrar no mercado tradicional, mas talvez o meu caminho seja outro. Não que eu recuse uma boa proposta, mas o ambiente parece muito mais propício para colocar o meu lado empreendedor em prática, imprimir os meus próprios livros, criar os meus próprios modelos de negócio. Estou acompanhando o trabalho de gente como a galera do Pipoca e Nanquim e do Jovem Nerd com muito entusiasmo. Talvez a resposta esteja por aí.
Para 2019 eu pretendo lançar um novo romance, uma história em quadrinhos e uma personagem infantil. Vou explorar novos modelos de negócio e de criação. Será divertido.
