FABIANA
Eu a olhava, disfarçadamente, para que minha flor não visse o quanto eu estava sofrendo em vê-la ali, muito machucada, com o rosto quase irreconhecível. Tudo porque queria viver a vida que escolheu para si. Minha filha era uma garota de coragem, que não ia se dobrar a nada e a ninguém, isso me fez um bem danado; saber que tinha ensinado cada filho a ser valente, independente, corajoso e justo, agora tinha chegado minha vez de ser mais valente que meus filhos.
Tomaria as rédeas da minha vida e nunca mais me curvaria as vontades de mais ninguém, seja ele homem ou mulher, faria o que deveria ter feito muitos anos atrás.
A primeira coisa a fazer quando estivesse de volta em casa e Marina tivesse se recuperado, seria pedir o divórcio oficialmente e acabar com esse casamento de conveniência.
Segundo tomar todas as providências para que Alberto ficasse impossibilitado de ganhar a guarda de qualquer um dos filhos, jamais deixaria um deles aos cuidados do pai.
Por último, minha vida amorosa que estava estagnada, era muito nova para ter encerrado e matado as emoções. Queria ser amada e amar outra vez, queria sorrir e admirar as coisas simples, para isso tinha tempo, ia deixar essa porta aberta para as possibilidades que surgissem. Nunca mais ia me negar a uma emoção mais forte. O caminho ia ser longo e doloroso. Alberto não aceitaria as coisas assim com tanta facilidade, mas enfim a vida que segue.
No corredor do hospital.
Avisto minha filha sentada de cabeça baixa, os pés em cima da cadeira, uma bermuda toda rasgada, uma blusa gola polo vermelha e um boné dos Los Angeles Lakers branco com vermelho.
— Oi minha linda, a Fabiana disse que você pode entrar agora. — Fiz um carinho nela enquanto falava.
— Como é que ela está, mãe?―Seus olhos verdes, como mar aberto, agora pareciam ter resquício de fogo brando na cor vermelho claro, denunciando seu choro silencioso e comprovado pelas pálpebras inchadas e a voz embargada.
— Muito magoada e revoltada, os ferimentos não foram profundos, mas o braço e as luxações por todo o corpo vão demorar um pouco para voltar ao normal, o coagulo na cabeça, a médica disse que foi no couro cabeludo nada tão grave, graças a Deus. Vai lá, tudo que ela não precisa nesse momento é ver que está com pena da situação dela, lembre-se que sua namorada é uma guerreira, tem coragem que muita mulher adulta não tem. — Beijo minha cópia e vou me sentar ao lado de Virgínia que ouvia a conversa com olhos assustados.
— Eu não consigo entender, por que o papai fez isso? Na verdade eu não entendo é como ele pode ser tão cruel minha irmã. ― Se afastou para o lado abrindo espaço para mim poder sentar ao seu lado.
— Não sei, minha filha, acho que seu pai tem problemas para aceitar as escolhas dos filhos, talvez ele tenha sentido que falhou na educação da Marina, homens como seu pai, acreditam que as mulheres nasceram para ser submissa aos homens, e que só o homem pode ter uma família com mulher e filhos, na cabeça dele mulheres como eu ou minha filha, não eram para existir. Gente assim tem um modelo de vida e nenhum outro deve existir, a não ser aquele aceito por eles. Quando alguma coisa sai fora do seu entendimento, eles não sabem como reagir e, às vezes, querem impor sua visão através da violência, entendeu? ― Massageava meu pescoço que estava duro com a tensão dos acontecimentos, sentindo um alívio na região acima dos ombros, olhando a garota que estava pensativa analisando tudo que eu tinha dito e quem sabe o que se passava na cabeça dela, era tão difícil entender a mente dos adolescente.
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🏳️🌈Marina Ama Biatriz (Meu primeiro amo)r Vol. 01 ( Romance Lésbico)
RomanceSINOPSE Marina tem tem 15 anos faltando 4 meses para completar 16 é uma garota como outra qualquer. Negra assumida tem orgulho da cor, de uma família numerosa e cheia de amor, como toda adolescente é cheia de sonhos, e...