CAPÍTULO 02

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Estava deitada na cama ouvindo "BILLIE EILISH", influência do meu irmão Marcos, com o quarto todo escuro, só a luz da lua entrava pela janela. A voz da garota era linda e eu já estava repetindo pela terceira vez. Quando bateram na porta do meu quarto, mandei entrar. Era minha irmã Virginia, dez meses mais nova do que eu. Se você estiver se perguntando como isso é possível, vou explicar.
Seu Alberto, meu pai, era aquele tipo de pai das antigas: provedor, aquele que saía todos os dias e só voltava tarde da noite, aquele que os filhos menores só veem no churrasco da família e amigos ou quando alguém pisa na bola.

Pois bem, minha santa mãe, quando ganha neném, antes de terminar o resguardo, o animal do meu pai já está atrás dela igual a um coelho. Portanto, de dez em dez messes nasce uma criança ou duas. Minha mãe pariu duas vezes gêmeos: eu e Marcos e os caçulas, Marcio e Marcilio.

- Essa música e linda, né? Qual o nome? - Minha irmã deitou ao meu lado na cama e me deu duas barrinhas de chiclete sabor morango, que tirou do seu pacote amassado de Tridentes. Aceitei e joguei dois dentro da boca. Ficamos ali fazendo bola e papocando.

- É a música nova da Billie Eilish. O Marcos que me apresentou e agora estou apaixonada. Olha ela aqui. - Mostrei no celular ela cantando no Youtube, uma loira de cabelo azul bem moderna, quase, bem dizer, da nossa idade.

- Ela é linda também. ― Virginia se ajeitou ao meu lado, tomando meu travesseiro e ficando de lado, toda virada para min. ― Pensei que você estivesse com alguém aqui no quarto, alguém do colégio.

- Não... ― Tentei puxar um travesseiro de baixo da sua cabeça, puxando junto seu cabelo enorme. Ela deu um gritinho, segurou o cabelo e jogou o travesseiro, que bateu de leve no meu rosto. ― Não gosto de convidar ninguém, elas ficam logo ou já vem apaixonadas pelos meninos e nem ligam mais pra mim ou só querem ser minhas amigas por causa deles. - Fui sincera. Isso me chateava muito, as meninas fingirem que são amigas da gente.

- Eu também detesto isso nas garotas.

― Depois, mais séria e meio indecisa se contava ou não, jogou a bomba: ― Marina, você já beijou na boca? ― Vivi perguntou e eu fiquei logo de orelhas em pé. Se ela estava perguntando era por que ela já tinha beijado.

- Está louca? Nunca. Nem namorado eu tenho. Será que a gente não é muito nova para isso? - Fingi espanto, pois eu também já vinha pensando nisso, mas e se eu confessasse e ela fosse dizer para alguém? Eu ia morrer de vergonha.

- Pois eu já, e se disser para a mamãe, eu morro negando e não te conto mais nada - ela confessou com a cara mais lisa do mundo.

- Vivi, você só tem 14 anos, não pode sair por aí beijando os garotos, vai ficar falada no meio deles. - Agora eu estava preocupada e ela parecia não dar a mínima importância à minha preocupação.

- Foi com um garoto lá do colégio. As meninas estavam todas loucas para ficar com o novato. Ele é lindo, parece o Jacob, aquele lobo dos vampiros, aquele, Marina, que a Bela largou pra ficar com o vampiro - minha irmã tentava explicar e exaltar a beleza do garoto que tirou o seu B.V.

- Mesmo assim, Vivi, você é muito nova. Nem eu que sou mais velha não beijei ainda. O beijo é coisa séria para mim. Tem que rolar aquela química e até agora não rolou. Me diz, o que você achou? Foi bom? Ele beija bem?

- Fiquei interessada. Não que eu quisesse experimentar, mas não custava nada saber e aprender, pra quando chegasse minha vez.

― Péssimo, babado e com gosto de xilito de cebola, e tem mais, foi só um selinho, não tive coragem de beijar de língua, fiquei com nojo. Quando eu me interessar por alguém para namorar, vou pensar se quero beijo de língua ou não.

🏳️🌈Marina Ama Biatriz (Meu primeiro amo)r Vol. 01 ( Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora