7. A primeira mentira

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Maxon

Olhei para America e ela estava com uma expressão de tristeza no rosto, como se fosse desabar a qualquer momento.

- O que foi? - perguntei preocupado.

Ela olhou pra baixo e segurou uma mão com a outra, nervosa. Como se estivesse avaliando se deveria me falar ou não.

- Nada. - Ela disse por fim, mas sua voz saiu embargada.

- America - segurei seu queixo e o ergui para olhar em seus olhos que estavam marejando - o que aconteceu?

Ela simplesmente me abraçou, forte, como se pudesse afastar de si o que quer que estivesse pensando. A abracei de volta e ela começou a chorar mais ainda.

O que poderia ter acontecido? Estava tudo tão bem agora a pouco e...

Não, não estava tudo bem. Acabamos de ter uma discussão, mas achei que tivesse sido uma briga boba. Não imaginei que ela pudesse ficar tão chateada por eu ter rasgado o vestido dela ou ter deixado aquela marca em seu pescoço.

Eu era um tolo... em plena lua de mel fazendo-a sofrer.

O choro dela doía em mim. Eu não acredito que fiz isso com ela.

- America, me perdoe - pedi, já sentindo meus olhos queimarem, - por favor... Eu não sabia que isso ia te magoar tanto, por favor, prometo que vou parar de rasgar seus vestidos ou te marcar, ou o que quer que você queira. Eu só quero te ver bem. Eu faço qualquer coisa...

- Não, Maxon.

Aquele não foi como uma flechada no meu coração. Ela não me perdoaria? Eu tinha sido tão ruim assim? Isso não podia estar acontecendo, não, não podia. Eu não ia suportar perder a America de novo.

- Por favor... - minha voz saiu baixa, parecia que algo tinha se quebrado.

- Não, não é isso. Não é você.

Ela se afastou um pouco para olhar para cima e ver meu rosto.

- Não tem nada a ver com você. Eu só ... - ela respirou fundo - só estou um pouco preocupada com umas coisas bobas e não queria voltar tão cedo assim...

Expirei aliviado como se estivesse o tempo todo segurando a respiração.

- É só isso?

Ela fez que sim com a cabeça.

A aproximei mais ainda com um abraço e acariciei seus cabelos.

America, tão corajosa para algumas coisas, tão sensível para outras...

- O que está te preocupando? - perguntei baixinho.

- Só umas coisas bobas. - Ela balançou a cabeça como se pudesse afastar os pensamentos ruins com o gesto - Não é nada.

- Vai ficar tudo bem - beijei o topo de sua cabeça enquanto a abraçava sem a mínima vontade de soltar - E eu posso dar um jeito de nós conseguirmos um tempo extra depois. Só precisamos voltar amanhã porque tenho muitos assuntos a tratar. Esse é um momento que vai ser complexo para muitas pessoas, nem todos aceitam bem as mudanças. Mas te prometo que vou me esforçar para conseguir mais um tempo só para nós.

- Tudo bem.

America me soltou, secou suas lágrimas dando um sorriso fraco e perguntou:

- O que ia me falar?

O mundo em volta parou. Eu não podia contar a ela o que eu precisava. Não podia contar o que fiz na semana anterior. Não podia, pelo menos não naquele momento. Eu não sabia como ela iria reagir com os sentimentos tão a flor da pele.

Sua Querida Para Sempre - America e MaxonOnde histórias criam vida. Descubra agora