A Cerimônia

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N/A: Galeris, obrigada por todos os comentários e interação que estamos tendo por aqui. Não esqueçam e apertar a estrelinha para ajudar a história a crescer!!
Beijocas da tia Mel <3

Jane

Eu sempre fui muito adepta a vestidos, só não podia usá-los com tanta frequência quando gostaria. Desejava abrir a porta do armário e encontrar uma infinidade de vestidos com as mais variadas cores e estampas, porém a realidade era bem adversa a essa; uniformes e macacões de cores escuras não davam espaços para a imaginação.

O vestido que me recobria o corpo esta noite, presente do meu pai, era de um azul tão profundo que poderia ser confundido com o preto, e alcançava a altura dos meus joelhos. Suas alças recaíam em fina cascata pelos meus ombros para completar o estilo tomara que caia. O tecido era fino e liso até a cintura, onde se dividia em suaves ondas até a parte inferior.

Nos pés, um par de saltos de uma tonalidade mais clara de azul se destacavam, me fazendo chiar a todo momento em que tento dar uma caminhada pelo quarto sem bambear as pernas.

- Por que tão alto? - choramingo.

- É necessário, meu anjo. Vai por mim, está ótimo! - a mulher ao meu lado ri.

Tia Joyce, a mãe do Will e a mulher que havia me criado depois que fiquei órfã de mãe, finalizou sua produção em meus cabelos com uma bonita presilha repleta de pedrinhas brilhantes.

- Você está tão linda, querida! - elogia ela com os olhos cintilantes de emoção - Se parece tanto com sua mãe.

Prendo um pouco a respiração, sentindo lágrimas brotarem em meus próprios olhos, só Deus sabe o quanto eu gostaria de ter conhecido a minha mãe. Saber que era parecida com ela doía e acalentava minha alma ao mesmo tempo.

- Obrigada, tia! - me ergo, envolvendo seus ombros com os braços e puxando-a para um abraço.

Ela retribui, dois ou três centímetros mais alta do que eu. Tanto tia Joyce quanto o comandante Hopper, seu marido, me tratavam como se eu pertencesse à família. Com eles eu me sentia amada, algo que se tornara um tanto incomum para mim; me sentia humana.

Após instantes, a mulher de longos cabelos castanhos se separa para me olhar sugestivamente nos olhos.

- Agora vá, meu bem, e brilhe!

- Mãe, o papai está pedindo ajuda com a gravata! - nos viramos para encontrar Will à porta do meu quarto.

- Você está ótima, mana! - ele sorri, vindo me dar um abraço em seguida.

Sorrio timidamente em agradecimento.

- Ah, homens... - murmura tia Joyce, nos deixando para ir acudir o marido.

- Ei! - exclama Will, fingindo se sentir ofendido.

Rio, parando para observar o terno cinza que ele veste. A cor caíra bem nele.

- Antes que eu esqueça - fala, retirando algum objeto do bolso de sua calça - papai mandou um presente para você.

- Que presente? - não contenho a curiosidade.

Quieto, o Byers põe o presente sobre a palma da minha mão.

Olho para baixo, capturando o pingente pequenino entre os dedos. Uma pedra de água-marinha cintilava entre o cordão de prata, tão bonita que seu tamanho não poderia definir seu esplendor.

- Que linda! - exclamo, ainda analisando o colar.

Will sorri satisfeito.

- Concordo. Meu velho tem muito bom gosto.

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