A garota cujo nome é um número

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N/A: Voltei com mais um surtinho Mileven pafosês (risadinha maligna)!♥️

Mike

Eu havia me enganado, a garota não era nada "indefesa" como pensara a prior. Não conseguia deixar de achar fascinante a precisão que apresentava em seus golpes.

 Eles não eram apenas supostos ou desleixados, muito longe disso. Havia um bom alinhamento em sua postura e ela não hesitava ao atacar. Por baixo de um corpo magro escondido numa blusa demasiada larga e um rosto angelical, estava uma grande guerreira.

Devo dizer que fiquei embasbacado em vê-la brigar com mais um cara do triplo de seu tamanho nas escadas que davam na saída daquele lugar repugnante. O homem não demorou mais que cinco minutos de pé, porque quando as mãos pequenas o acertaram diretamente nas têmporas, ele foi abaixo com um baque capaz de fazer a Terra tremer.

Eu não tinha estado ali tempo o suficiente para saber o porquê dela ter descido a mão no grandão, mas era capaz de imaginar. A baixinha era simplesmente brilhante, como nenhuma garota normal que vira antes.

Não pretendia assustá-la, mas do degrau onde estava, pude sentir algo ameaçador se arrastar para perto de nós. A parte dorsal do meu pescoço se arrepiou pelo por pelo, me alertando para a presença indesejável de um grupo de demogorgons.

O sangue gotejante do ferimento abaixo do braço dela deve tê-los atraído, bem como o mesmo fluido acumulado em vários pontos da minha pele agora fazia. Resolvi me aproximar para avisá-la, todavia fora tão silencioso que acabei a assustando e, bom, meu braço quase pagou por isto.

Os traços suaves de seu rosto se contorceram quando ela franziu a testa, expressando surpresa ao ver que se tratava de mim e então fui poupado de passar os próximos meses com um braço inutilizável. Ela era tão malditamente bonita que quando menos percebi, estava sorrindo como um idiota para ironizar o que acabara de acontecer.

Nesse ínterim, por sorte, a menina demonstrou também ser muito atenta e um segundo depois estava me puxando para baixo, em direção ao chão.

Mas ela não estava amedrontada como eu esperaria de uma humana da Periferia.

É claro que pude captar um certo medo em seu olhar estreitado enquanto estudava o espaço atrás de mim, entretanto estava tão focada que esse detalhe parecia irrelevante; seus olhos eram como os de um tigre: atentos, intimidantes e desafiadores.

Eu, de fato, não acreditava estar tão admirado com alguém que, antes de hoje, nunca vira na vida. Aquele comportamento me assustou um pouco, porque não me era algo costumeiro.

Ela confiou no plano que eu tinha, também por falta de melhores opções, e assim foi feito.

Deixei-a responsável por distraí-lo enquanto eu daria o golpe final com minha flecha adaptada. Não seria inteligente da nossa parte atacá-lo juntos, pois se algo desse errado, seriam duas vidas desperdiçadas sem ninguém para salvá-las. Pelo menos com essa estratégia, eu poderia defendê-la, ou o inverso, caso fosse preciso.

Eu poderia jurar que éramos praticamente imbatíveis juntos. Sua destreza e minha agilidade são uma combinação de impressionar.

A lâmina perfurou a lateral do abdômen do bicho, retardando o seu ataque à minha parceira de luta. Sua boca, semelhante a uma planta carnívora, abria e fechava descontroladamente, entrando em colapso.

Caiu de joelhos, curvando-se ao emitir um som agudo que incomodava os tímpanos como agulhadas na pele. Se arrastou por alguns centímetros, esforçando-se para alcançar pelo menos o tornozelo da baixinha com as garras. 

Mileven: Two WorldsOnde histórias criam vida. Descubra agora