Vítimas da crueldade humana

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N/A: Não acharam mesmo que eu esqueci, né? Haha <3
É oficial: TEREMOS OUTRO CAP NA SEXTAAAA!
P.S: Lembrando que as cenas em itálico ocorrem no passado.

Mike

Há uma mulher de aproximadamente quarenta anos no corredor quando saio da sala de testes. Ela está de joelhos, de frente ao homem que comanda todo o esquema de pesquisa e experiência clandestinas.

Os dois guardas que me levam param de andar por alguns instantes para trocar informações com mais soldados que surgem no corredor. Parece que há uma revolução rolando do lado de fora, mais um dos tantos conflitos que já aconteceram desde que os militares começaram a destruir famílias para estudarem quem julgavam possuir os DNA's mais aptos para servirem ao governo.

A mulher, dona dos cabelos ruivos mais bonitos que eu vira em muito tempo, agarrou o smooking do homem com aflição, olhando-o como se este fosse sua única chance de salvação na terra.

- Salve o meu filho, Dr. Brenner, por favor - ela implora, lágrimas e mais lágrimas rolando pelas maçãs de seu rosto.

- Cuidarei dele com a minha vida, senhora, não se preocupe. - prometeu, segurando-lhe as mãos, pouco antes da senhora ser levada para longe por um gigante fardado.

Trinco os dentes enquanto os guardas voltam a me conduzir de volta à jaula, meu "quarto" enquanto estava ali. Constantemente eu era levado de um lado a outro imobilizado com duas algemas de um tipo especial de prata, praticamente indestrutível. Eles me mantinham separado dos outros, dizendo ser uma dos cobaias mais instáveis criadas até então, mas a realidade é que sempre tiveram medo de mim, das coisas que eu poderia fazer se pudesse me aproveitar de um única falha na segurança do laboratório.

Infelizmente, em seu desespero para salvar a vida do filho, aquela mulher desconhecida tinha entregue seu primogênito nas mãos de um monstro.

Eu tinha doze anos quando conheci Isaac Portman e mesmo já tendo se passado tanto tempo que havia o visto pela última vez, jamais esquecera dele.

Nós tínhamos a mesma idade, só com apenas alguns meses de diferença. O garoto mudou-se de uma pequena cidade da Califórnia, Carmel-by-the-sea se não me falha a memória, para Hawkins, o que explicava bem o tom de pele mais bronzeado do que a maioria de nós.

Ele era portador de Acromegalia, uma doença rara que causava aumento excessivo de diversos tecidos de seu corpo e ainda fazia com que o organismo fosse suscetível a infecções e variados tipos de insuficiências.

- Oi! - ele falou na primeira vez em que nos vimos, me surpreendendo com a humanidade em sua voz.

A maioria das pessoas que conviviam ali comigo e com os outros cobaias não expressavam uma só gota de empatia. Viviam sob pressão, sob ordens e mais ordens, sem poder jamais oferecer uma segunda opinião. Agiam como robôs sem vida, criados apenas para servir.

- Oi. - eu disse, estranhando a minha própria voz.

Há quanto tempo eu não a ouvia? Talvez estivesse desacostumado a usá-la, pois na maior parte do tempo o máximo que fazia era gritar.

Mileven: Two WorldsOnde histórias criam vida. Descubra agora