Quarteto fantástico

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N/A: Oioi, meus amores!

Voltei rapidinho, não foi? <3

Mike

 Não tive mais encontros indesejados com oficiais do governo nos dias que se seguiram após a noite do sábado. E também ainda não acreditava que tinha saído ileso de lá.

  Aquela militar poderia ter simplesmente atirado em mim só em supor quem eu era, mas não o fez; Ao contrário disso tentou conversar, apesar de vez ou outra ter ameaçado atirar, eu não acreditei que ela realmente iria o fazer. 

Eu nunca troquei mais de duas palavras com um deles durante nossas colisões pela cidade. Não que eu estivesse amolecendo ou desfazendo a vil imagem que tinha dos militares, mas a garota, de fato, me surpreendeu. Sua voz era fria, porém não automática como a dos outros. Ela se assemelhava a um robô que ganhou vida própria e mesmo obedecendo as ordens do que lhe era programado fazer, optou por escolher a forma pelo qual o faria.

 Pensativo, jogo para cima o medalhão que me acompanhava para onde quer que fosse, apanhando-o meio segundo depois para observar de perto o brilho que o pingente ganhava ao refletir a luz das estrelas. Ele pertenceu ao meu pai e era a única lembrança concreta que eu tinha dele. 

Nancy não se importou que eu o tivesse por meu, ela sabia o quão fundamental para mim era carregar aquele pedacinho de metal aparentemente sem valor.

 Às vezes eu me pego imaginando como as coisas seriam se tudo não tivesse tomado o rumo trágico que tomou.

 Talvez eu tivesse me formado em Direito. Saber de leis, poder participar de forma ativa na política do governo e principalmente fazer justiça, era uma das coisas que eu mais gostava de fazer. Eu queria ser a mudança que a cidade precisava e mostrar as pessoas que a lei existe sim, só andava sendo mal direcionada.

 Lucas Sinclair, o membro mais velho e mais sensato dos cabeças do grupo, não teria tantas dores de cabeça quando o controle sobre suas habilidades fugisse de seu alcance. Pelo seu amor ao movimento, a esportes e diversas expressões corporais, ele deveria cursar Educação Física. Não duvido que seria um profissional da saúde excelente, ele era atencioso a tudo que fazia e, ah, o perfeccionismo andava lado a lado com quase todas as suas ações, o que chegava a ser bom e irritante ao mesmo tempo.

 Maxine Mayfield, a garota mais rápida do mundo e a mais esquentada também, certamente estaria trabalhando com Turismo. Ela era fissurada em revistas e qualquer outro meio de comunicação que pudessem mostrar vários locais do mundo. Sempre que podia, eu levava uma nova revista para a sua coleção e ela passava horas estudando minuciosamente os pontos turísticos espalhados pelo mundo. Sonhava em poder visitar e conhecer a cultura de cada um deles, o que condizia muito com sua alma aventureira.

 Dustin Henderson, o sorriso e bom humor do grupo, provavelmente seguiria a carreira da Medicina Veterinária. Ele adorava estar perto dos animais e com certeza não iria querer depender da mente dos outros para sobreviver. Dustin era capaz de saber o que aconteceria no futuro das pessoas a partir de um único toque ou contato com elas, um dom incrível mas que o trouxe muito trauma e angústia.

 No final do ano, visitaríamos uns aos outros para levar presentes de natal, dividir xícaras fumegantes de chocolate quente e rir da maneira como Dustin acabaria com todos os brownies e doces da Ceia Natalina antes de qualquer um. Teríamos empregos bons e nunca mais iríamos precisar roubar para sobreviver. 

Também formaríamos famílias. Eu conseguia idealizar uma miniatura de cada um de nós correndo pela sala, os brinquedos espalhados e a forma como os traços de nossos rostos estariam retorcidos pelo cansaço do trabalho, mas se aliviariam com o afeto no abraço dos pequeninos. 

Mileven: Two WorldsOnde histórias criam vida. Descubra agora