Já era madrugada quando Quon Xa voltou para o topo da torre para acompanhar os soldados no turno de vigia enquanto os canhões dos Exilados e da cidade continuavam disparando uns contra os outros.
Para alguém que olhasse de fora e não soubesse o que estava acontecendo, aquilo até que poderia ser confundido com um belo show de luzes, mas para aqueles que estavam presentes naquele campo de batalha, aquilo era simplesmente um lembrete de que a qualquer momento começaria o derramamento de sangue.
Os exilados tinham passado o dia inteiro e toda a noite até aquele momento trocando disparos de enerjom com a capital dos Gu. Ver tal demonstração fez com que não só Quon Xa como muitos outros se perguntassem o quão fundo eram os estoques de enerjom dos Exilados já que aquela batalha estava se tornando em uma batalha de desgaste.
Mas algo dizia a Mush Quon que as coisas não ficariam assim por muito mais tempo. Diferente dos imperiais dentro da cidade, os Exilados estavam lutando contra o tempo aqui. Quanto mais eles demorassem para terminar essa batalha, mais tempo eles estariam dando para os imperiais de conseguirem possíveis reforços.
Os Fong e Zhang já mandaram tudo que eles podiam, mas os Xa ainda poderiam dar uma pequena ajuda se conseguissem terminar alguns preparativos em suas terras. Sem contar é claro que os Seto ainda não tinham se mexido.
Era verdade que eles eram os com o território mais bagunçado depois dos Gu, mas ainda assim deveriam ter livres para ajudar nem que fosse uma centena de soldados. O problema era conseguir a boa vontade dos Seto para ajudar, além de que eles teriam que passar pelas terras dos Zhang para fazer isso. O que Quon Xa duvidava muito que fosse acontecer por causa do atrito entre as duas Famílias.
- Algo de novo aconteceu em minha ausência? – Ela perguntou em voz alta para que algum de seus subordinados respondesse.
- Não, Mush. – Um soldado com uma luneta em mãos respondeu prontamente, como se já esperasse pela pergunta dela. – Assim como antes, os Exilados continuam em seu acampamento com uns poucos em formação do lado de fora nos observando enquanto seus canhões continuam disparando contra nós sem parar.
- Nossas defesas?
- Aguentando com enerjom de sobra. – Outro soldado respondeu analisando um cartão metálico com hologramas de enerjom em suas mãos. – Assim como a munição para os canhões.
Quon Xa assentiu e continuou olhando para o lado de fora. Ela se perguntava interiormente o que tinha levado os Exilados a tentar um ataque tão ousado quanto este.
Era verdade que eles tinham conseguido pressionar os Gu até um estado onde eles precisaram se esconder atrás de suas muralhas e convocar reforços para não serem destruídos, mas os Exilados acreditavam mesmo que conseguiriam manter o que estavam conquistando por muito tempo? Eles já tinham se esquecido do poder do Império como um todo? Não precisando nem falar no Império Izar, mas simplesmente o tamanho da Província e de seu poder de batalha já era mais do que o suficiente para apagar esses Clãs Exilados dos livros de história.
- Mensagem para todos os Oficiais na muralha. – Uma voz cheia de chiados veio do comunicador pessoal de Quon Xa e ela franziu um pouco a tenta. – Estamos localizando sinais de enerjom se aproximando do portão principal, alguém tem algum contato visual?
Se adiantando para as ameias da torre, Quon Xa tomou a luneta de seu soldado e começou a examinar os arredores, mas mesmo com a visão noturna que aquela luneta modificada possuía, ela não conseguia ver nada.
- Aqui é a Mush Quon Xa, na quinta torre de defesa. Não vejo nada. – Assim como ela, os outros relataram o mesmo. Não havia nada que pudesse ter alertado os sensores da cidade se aproximando deles. – Os sensores estão funcionando corretamente?
VOCÊ ESTÁ LENDO
As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte II
FantasyEsse livro é a continuação do aclamado As crônicas de Maya - Saga do Império Izar - Parte 1 A historia ira começar no Nono Arco da Historia. A sinopse a seguir contem spoiler sobre os Arcos anteriores. __________________________ Cinco anos se passa...