Xi e Quin Zhang

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Desde que tinha se tornado Patriarca, Xi Zhang estava experimentando na pele o peso que aquele posto tinha. Há muitos anos atrás ele esteve na presença de outros Patriarcas como seu falecido pai, seu irmão mais velho e até mesmo passou um tempo curto na presença do Patriarca dos Jinx e Xa.

Ultimamente ele acabou se envolvendo mais com alguns dos Patriarcas vizinhos ao seu território como o Patriarca dos Fong e Gu.

Mas nenhum desses encontros o preparou para a responsabilidade que ele assumiu. Ele tinha tido algum trabalho que conseguiu lidar com certa eficiência quando assumiu o posto de Mush como Senhor do Forte e Protetor das Fronteiras de Zonam, mas em nada aquilo se assemelhava ao que ele vivenciava agora.

Para aqueles que o conheciam bem, era fácil ver as marcar do cansaço em seu rosto. As leves marcas de rugas e uma sombra em volta de seus olhos. Até sua postura estava levemente desalinhada quando estava sozinho, com seus ombros caídos enquanto se movia.

Ele tinha acabado de voltar de uma reunião com seus Conselheiros. Após lidar com alguns detalhes sobre o crescimento de Swam e os preparativos para expandir as fronteiras deles, Xi Zhang trouxe a reunião o assunto passado pelo Mush Daiko Lulou.

A descoberta do esconderijo de Contrabandistas nas Ruínas e a conquistas das bestas de repetição da Forja tinham fortalecido bem as unidades no Posto Avançado, mas ele não esperava que esses tais de Caminhantes Sutis se arriscassem ao ponto de enviar mercenários para espionar seus soldados.

Isso pelo menos lhes deu a vantagem de localizar alguns esconderijos perto de seu território que ele poderia atacar e aproveitar para treinar os novos recrutas em seu Exercito.

Mas a melhor noticia foi descobrir onde exatamente estava a base principal dos Contrabandistas. Ninguém teria suspeitado que um grupo de Contrabandistas estivesse se escondendo diretamente na capital dos Pratas da região, mas descobrir isso e informar aos Xa iria gerar um bom relacionamento entre Swam e Hasha.

Era uma pena que Daiko Lulou não tinha conseguido mais informações de seus prisioneiros. Seria bom saber se havia mais atividades de Contrabandistas nas redondezas, ou descobrir o paradeiro da infame Forja de Sangue.

Assim que o nome passou pela mente dele, o Patriarca franziu a testa. A Forja estava se tornando um problema não só para ele, mas sim para toda a Província. O caso dos Gu não foi o único que marcou o inicio do uso de armas modificadas pelos Exilados. Muitos outros casos isolados revelaram que os Clãs Exilados sobreviventes da Guerra contra as Aranhas estavam ficando cada vez mais perigosos, mesmo os pequenos conseguiam ter seu grau de risco para o Império.

Se alguém não lidasse logo com a Forja, a Província só receberia cada vez mais danos, até que se tornaria uma terra sem lei onde as cidades e fortes seriam os únicos lugares relativamente seguros.

- Você parece estar preocupado, querido.

Com um leve sorriso no rosto, Xi Zhang percebeu que Quin Zhang estava se aproximando dele por um corredor, com duas servas seguindo nos calcanhares dela e três de seus guardas.

Xi Zhang reconheceu o Chefe da Guarda de sua esposa e o cumprimentou rapidamente com um aceno antes de focar sua atenção em Quin Zhang.

- Muitos assuntos preocupantes surgindo – ele comentou se virando e começando a andar ao lado de Quin Zhang. – Talvez eu estivesse pior sem sua ajuda nos assuntos comerciais.

- Sem necessidade para mentiras, querido. – Quin Zhang falou com um leve sorriso travesso. – Buco Q'wem conseguiria lidar facilmente com seus problemas comerciais. Na verdade, sinto inveja de você por tê-lo ao seu lado por tanto tempo.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora