Primeira morte

67 16 0
                                    

Assim que se afastou da casa onde as bestas contrabandeadas estavam guardadas, a figura usando capa de camuflagem foi até seu esconderijo e passou a informação para seus superiores, que ordenaram que ela ficasse de tocaia, observando as ações dos imperiais enquanto reforços eram enviados para tentar solucionar a situação.

Assim que recebeu sua ordem, a figura xingou e chutou um caixote próximo extravasando sua raiva. Jogando o capuz que cobria sua cabeça para trás, a figura se revelou um homem izanita na casa dos trinta anos com cabelo escuro curto.

Sua testa estava bem franzida enquanto ele calculava o perigo da missão que tinha recebido. Ele sabia que as chances de ser encontrado eram mínimas graças a sua capa de camuflagem, mas ainda assim esse risco existia e como um mero peão do grupo ao qual servia, tinha pouco que ele podia oferecer para evitar problemas caso fosse pego.

Balançando a cabeça, ele deixou de lado os pensamentos sobre o que faria caso algo desse errado e tentou focar no problema em questão. Voltando a se equipar, ele deixou seu esconderijo e se esgueirou novamente pelas ruas destruídas das Ruínas de Kashaya.

Não demorou para ele encontrar um ponto de observação onde ficou de olho nos soldados imperiais, pouco tempo depois ele viu mais um contingente de soldados se aproximando e cercando a casa enquanto um jovem oficial entrava para falar com aqueles que tinham encontrado o esconderijo das bestas antes.

Não muito tempo depois a figura camuflada seguia pelos escombros, seguindo os soldados enquanto esses levavam o contrabando apreendido até onde os trabalhadores demoliam as Ruínas e de lá ele foi mais cauteloso enquanto acompanhava as forças imperiais retornando para posto avançado que eles tinham construído pouco tempo atrás.

Parado dentro de uma fissura no chão, grande o suficiente para espremer seu corpo, mas pequena demais para chamar a atenção, o contrabandista observou o posto avançado, um projeto de um pequeno forte com muros altos o suficiente para darem uma boa defesa para os imperiais.

Assim que anoiteceu, o contrabandista deu meia volta e voltou para seu esconderijo onde passou os próximos dias esperando seus companheiros que chegaram quase três dias depois.

- Parece que você recebeu um trabalho de merda, em Aang? – Um homem alto trajando uma capa camuflada como a do contrabandista entrou em seu esconderijo, seguido por outros quatro também sob a cobertura da camuflagem.

- Você demorou demais, Kub. – Aang falou se virando para o recém-chegado e depois cumprimentando rapidamente os outros quatro.

- Não é fácil chegar até aqui sem ser notado. – Kub comentou dando de ombros.

- Espera, são só vocês cinco?

- Viemos só para analisar a situação. – Kub argumentou se sentando de frente para Aang. – Os porcos querem ter certeza que não podemos recuperar a mercadoria antes de desistir.

- Há, como se eles fossem desistir da mercadoria deles assim tão fácil.

Aang revirou os olhos para o companheiro. Ele e Kub eram mercenários a serviço do grupo ao qual eles serviam. Não havia lealdade ou senso de dever para com os patrões deles, mas eles fariam o serviço desde que fossem devidamente pagos. Apesar de que alguns serviços não valiam as vidas deles.

- Me fale o que você já sabe. – Kub pediu, ficando atento enquanto Aang comentava tudo o que tinha presenciado sob os imperiais estacionados ali. - Teríamos que invadir esse posto avançado se quiséssemos recuperar a mercadoria. – Kug constatou com um suspiro. Seria impossível, mas ele ainda iria dar uma olhada no posto avançado antes de dar a ordem para que eles fossem embora. Ele já podia ouvir os porcos enchendo o saco dele sobre isso.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora