Emboscada bem sucedida

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A noite estava fria e escura conforme as nuvens de chuva iam se formando lá em cima bloqueando a luz das estrelas. Um grupo de quase duzentos guerreiros da União dos Clãs Quebrados adentravam nas ruínas da antiga cidade imperial.

Liderando esse grupo estava Gou Han, o segundo em comando da União. Enquanto ele liderava as duas centenas de guerreiros, a líder deles Lih San estava com um punhado de guerreiros montados em Drags esperando do lado de fora da cidade, atentos para caso precisassem perseguir mais uma vez o alvo deles.

Tudo tinha sido bem divertido na noite anterior. Eles tinham avançado, atacando as comunidades imperiais que ainda não tinham sido evacuadas e matando os que foram lentos demais para fugir, mas um grupo conseguiu resistir em meio a chuva e eles foram forçados a persegui-los até aquele lugar.

Olhando em volta, Gou Han admirou as antigas casas dos imperiais. Casas fixas e belas mesmo em meio a destruição que os cercavam. Alguns dos edifícios estavam rachados, com paredes e tetos caídos ou eram pouco mais que escombros, mas outros estavam praticamente intactos, como se nada tivesse acontecido por ali anos atrás.

- Ei, eu acho que vi um movimento ali. – Um guerreiro falou apontando com sua lança para frente.

Gou Han forçou as vistas e então viu um vulto se movendo em meio as sombras de um beco.

- Ascendam as tochas. – Ele falou ainda encarando as sombras. – Wei Zag, Tatura Kyag e Xouxo Yarag, lideram suas respectivas equipes. Vamos acabar logo com isso para podemos nos juntar aos outros.

Três vozes responderam as ordens dele e então três grupos se separaram do grupo principal, deixando aproximadamente cinquenta guerreiros em volta de Gou Han enquanto os outros iam se espalhando para a caçada noturna.

Gou Han estava tremendo de expectativa enquanto fazia seus guerreiros avançarem em direção aquele vulto que ele tinha visto. Ele parou na entrada de um beco escuro com espaço suficiente para duas pessoas passarem lado a lado e mandou alguns de seus homens com tochas para frente para iluminar o caminho.

Lentamente eles foram avançando e conforme o tempo passava, Gou Han começava a se perguntar onde estava a presa deles. Foi então que eles avistaram dois soldados imperiais.

Eles estavam se escondendo dentro de uma casa em ruínas e assim que a luz das tochas os revelou, eles começaram a correr em direção a uma rua lateral. Rindo, Gou Han ordenou que seus guerreiros perseguissem os dois soldados.

- Irmão Gou, não é melhor avançarmos com um pouco mais de cautela? – Um guerreiro veterano do antigo Clã Han perguntou se aproximando de Gou Han.

- Para que tanta cautela, Irmão Joko? - Gou Han perguntou correndo com os outros. – Mesmo separados em quatro grupos, nós estamos com quase o mesmo número que nosso alvo, e mais da metade deles são civis inúteis.

- Ei, eles entraram naquele beco. – Alguém gritou, interrompendo as palavras que Joko Han iria dizer.

Rapidamente eles correram para dentro do beco, prontos para derramar o sangue dos imperiais. Gou Han logo se viu espremido com seus guerreiros enquanto o espaço estreito do beco mal deixava espaço para que três pessoas caminhassem lado a lado.

Os guerreiros tiveram que erguer as tochas acima de suas cabeças para não queimar aqueles ao lado deles e antes que eles percebessem, eles estavam virando em uma encruzilhada de becos.

De repente aqueles que lideravam a perseguição pararam de correr, sendo empurrados um pouco para frente pela euforia daqueles que vinham mais atrás sem poder ver o que estava na frente deles.

Mas se pudessem ver, eles não estariam avançando tão euforicamente assim.

Os guerreiros na linha de frente ergueram suas armas atrapalhadamente já que o espaço apertado limitava os movimentos deles e os companheiros que vinham atrás empurrando os desequilibrava.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora