O sagaz Yan Gan

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A destruição da muralha externa de Nova Kashaya deixou os guerreiros dos Clãs que tinham invadido a cidade surpresos. Eles se viraram e olharam em choque enquanto clarões azuis de enerjom despedaçavam a muralha e mandavam pedaços de detritos pelos ares, caindo tanto na cidade e esmagando aqueles lentos demais para se afastar, quanto em direção ao terreno do lado de fora.

Sobre seu Drag, o Patriarca Yan Gan observou o rastro de destruição e sentiu um aperto desconfortável no peito, pois ele sabia que seu filho mais velho ainda estava na muralha junto com um outro grupo de Guerreiros que tinham sido selecionados para desativar os canhões.

Afinal, eles não iriam querer que os soldados imperiais tomassem de volta a muralha e atacassem eles pela retaguarda com os canhões, isso seria um desastre sem fim.

- O que faremos, Patriarca? – Io Gan perguntou parada ao lado de seu avô. A investida deles tinha parado por um momento em choque após a explosão, mas os Grandes Guerreiros já estavam recuperando a ordem entre eles.

- Continuaremos com o ataque. – Yan Gan respondeu fechando seu coração para a perda do filho. – Mai Zu continua lá fora, ela irá reorganizar nossos guerreiros para atravessarem a muralha destruída, mas acho que isso vai atrasar a chegada das Maquinas de Guerra.

- Então, estamos sozinhos aqui dentro? – Kimi Gan, a outra neta de Yan Gan, perguntou em seguida.

- Sim, e isso pode ser mais perigoso do que vocês acham.

Sem dizer mais nada, o Patriarca dos Gan começou a organizar suas tropas. Ele deixou os Grandes Guerreiros dos Iaroke tomarem a dianteira, assim, ele poderia observar como os imperiais planejavam lidar com eles.

Da retaguarda, ele acompanhou enquanto a vanguarda deles, liderados por centenas de Guerreiros montados em Drags se chocava contra as linhas defensivas dos imperiais. Flechas e dardos voavam pelo ar encontrando seus alvos e ceifando vidas dos dois lados do campo de batalha.

Conforme os Drags eram parados, a infantaria dos Clãs se juntava a batalha. Yan Gan viu enquanto Sou Gan liderava os soldados deles em confronto contra os imperiais, aos poucos conseguindo um pouco de espaço para que eles avançassem.

Até ali, as coisas pareciam normais e talvez eles conseguissem lidar com os imperiais sem mais nenhum imprevisto, mas foi então que Yan Gan ouviu os tremores, como a batida de um tambor chegando cada vez mais perto.

Choque e pavor tomou o coração dos Guerreiros dos Clãs quando viram uma gigantesca forma humanoide feita de metal surgindo no final da rua. Um Deus da Guerra em toda sua gloria armado com uma lança-canhão e um escudo que cobria quase todo o lado esquerdo do corpo.

O Deus da Guerra apontou sua lança-canhão para o centro da formação dos Guerreiros dos Clãs e então cuspiu morte em forma de uma rajada de luz azul.

Um tremor passou pelo corpo velho de Yan Gan enquanto via dezenas de Guerreiros morrendo para um único disparo do Deus da Guerra e como se um único deles não fosse problema o bastante para lidar, outros dois surgiram, cada um vindo de uma rua lateral.

Esse era o plano dos imperiais, deixar que eles se prendessem dentro da cidade para que pudessem elimina-los com seus Deuses da Guerra sem que as Maquinas da Guerra no acampamento pudessem ajuda-los.

Mas Yan Gan não cairia sem lutar, ele tinha previsto que algo do tipo pudesse acontecer assim que presenciou a destruição da muralha e se precaveu para poder lidar com a situação.

Sem pensar duas vezes, ele incitou os guerreiros em volta a recuar, se espalhando para as ruas secundarias e becos, fazendo de tudo para evitar os Deuses da Guerra. Pensando que tinham assustado os Guerreiros dos Clãs o suficiente para que eles fugissem em pânico, os soldados imperiais acharam que era a hora de avançar em perseguição. Quão tolos eles eram.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora