Assim que saiu do alcance do cancelador de enerjom, a armadura de Quon Xa voltou a funcionar. Ela deu um grito furioso e desferiu um golpe que dividiu um Exilado em seu caminho em dois pedaços enquanto reunia suas tropas e começava a recuar.
A batalha ao seu redor era intensa, centenas de pessoas já tinham morrido dos dois lados e o número ficava maior a cada momento, mas ainda assim, ela percebeu que a vantagem era dos invasores.
Os Guerreiros Exilados se destacavam no combate próximo e por mais estranho que fosse, existiam mais deles armados com armas modificadas do que soldados imperiais. Lentamente, mas de maneira gradativa, os Exilados iam ganhando terreno pelas ruas de Nova Kashaya.
Quon Xa conseguiu reunir um pequeno contingente de soldados e forçar o caminho para fora do campo de batalha, reunindo todos os que encontrava pelo caminho e formando uma resistência mais consistente contra as investidas dos inimigos.
O brilho azul do enerjom sobre a lâmina de sua almashas deixava rastros fantasmagóricos no ar enquanto ela matava cada Exilado que entrava em seu caminho. Naquele momento, ela não passava de nada mais do que uma personificação de um fúria fria que era descarregada em quem se opusesse a ela.
Lagrimas queriam escorrer dos seus olhos pela perda de seu primo, ela sabia que ele não sobreviveria ao confronto contra aquele velho Guerreiro Exilado. Aquele era um guerreiro que estava em um nível completamente diferente do deles. Era algo diferente dos Exilados que ela vinha encontrando até aquele momento também.
Ele possuía um estilo de luta que muito se assemelhava as formas do Exército Imperial, algo que Quon Xa não esperava ver em nenhum Exilado. As vezes ela se esquecia que eles não eram só criminosos ou bárbaros sem nenhuma civilidade.
Muitos Exilados não passavam de ex-imperiais que perderam seu direito a tecnologia como castigo pelo erro de um antepassado, por uma traição ou por um crime grave demais e por mais que os únicos sujeitos ao Exilio fossem a Família responsável pelo delito e alguns partidários mais próximos, muitas vezes os servos decidiam por acompanha-los, já que não conheciam outra vida além da de servir aquelas pessoas.
Era assim que tinha nascido a maioria dos Clãs Exilados. Grupos de Famílias se juntando para não morrer nas terras selvagens longe das cidades, mas ainda assim, presos às Terras Altas, sem ter para onde ir.
Essas Famílias se juntaram, formaram clãs, se abrigaram em locais onde poderiam sobreviver e fizeram o possível e o impossível para não perecerem. E o Império se manteve contente em deixá-los a própria sorte, como um eterno castigo pelos erros de seus antepassados.
- Mush Quon, fomos salvos graças a sua liderança em quebrar a linhas de batalha. – Mimi Fong falou se aproximando dela.
A Tash estava coberta de sangue e com inúmeros pequenos cortes em seu corpo, mas além disso, parecia bem. Somente um pouco cansada.
- Onde está o Tash Kako? Nunca pensei que veria vocês dois separados no campo de batalha.
- Caiu em combate. – Quon Xa respondeu fracamente. – Quantos dos seus ainda estão de pé, Tash Mimi?
- Meu superior caiu em combate. – Mimi Fong avisou de repente apontando em seguida para um homem ao seu lado. – Eu e o Tash Jaro somos os últimos oficiais dos Fong vivos. Temos ainda trinta e sete soldados conosco. Ao seu serviço, Mush.
Quon Xa ficou em choque por um momento. O Exército de reforço dos Fong tinha sido reduzido a menos de quarenta deles. Ela olhou em volta para o resto de sua unidade. Pelo menos setenta deles ainda estavam aqui, com só um Tash a vista e mais uns trinta soldados dos Gu que tinham se juntado a eles enquanto recuavam da linha de batalha.
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As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte II
FantasiEsse livro é a continuação do aclamado As crônicas de Maya - Saga do Império Izar - Parte 1 A historia ira começar no Nono Arco da Historia. A sinopse a seguir contem spoiler sobre os Arcos anteriores. __________________________ Cinco anos se passa...