Deslizei meus dedos pelas bochechas de Otto e senti sua respiração falha e quente se chocar contra meu peito, enquanto eu observava a janela de maneira inexpressiva.
Apesar de ter movimentos profundos e apertos significativos, não me deixei expressar minha insatisfação com o nosso feito. Ou com sua forma profunda de me invadir.
A gritaria dentro de minha casa foi o motivo para ter aceitado sair com o rapaz de penetrações fortes e gemidos roucos, e o motivo de ter fechado minha palma contra o seu pau quando estávamos voltando do restaurante chinês que ele havia me levado ainda era um mistério. Eu... apenas o fiz. Minutos depois, estava de bruços em sua cama, sentindo o peso de seu corpo contra as costas e de sua força, que deveria ser mais usada no futebol, me estocando sem parar.
E, mesmo com arrependimento me invadindo, me senti orgulhosa por mim mesma. Melhor Otto, o jovem com hormônios estourando e sites pornôs abertos em seu celular e laptop, do que Blaise, o namorado da minha amiga.
Quando senti o rapaz se desfazer, fingi gemer e estar me entregando ao prazer, mesmo que não tenha sentido nada desde que ele entrou dentro de mim pela primeira vez minutos atrás. Também arranhei seu ombro, passando minha perna pelas suas e me sentando à cama, saindo de seu colo e puxando o lençol em minha direção, a fim de dormir apesar do cheiro forte da colônia masculina que pairava pelo quarto do garoto.
Otto, sem vergonha e repetindo o ato de mais cedo, passou o seu braço forte a minha volta, me obrigando a dividir o lençol consigo enquanto ainda sentia sua respiração quente suar minha pele.
— Me deixe em casa de manhã cedo, pode ser? — mesmo mantendo meus olhos fechados e o tom de voz pesado, como de alguém que havia acabado de ter um orgasmo, o cobrei.
Com o seu murmúrio de confirmação e sentindo seu rosto se enfiar entre o meu ombro e pescoço, pude me permitir dormir, sentindo uma culpa infernal dilacerar o meu peito por não ter trocado Blaise por Otto.
Seria tão mais fácil... Tão sem culpa...
No outro dia, após ir para casa e me vestir para a escola, me encontrei no refeitório, na mesa dos jogadores e animadoras, remexendo sem parar minha salada de verduras enquanto pensava no ocorrido de ontem e fantasiando como iria ser se fosse Otto desde o início. Ou qualquer dos garotos da Southergade.
Blaise estava a minha frente, sabia do seu reconhecimento sobre o que eu havia feito com o garoto negro ao seu lado, além do mais, Otto O’Neill era conhecido por ser uma boca rasgada, mas confesso me sentir bem por apenas Blaise saber disso. Não para causar o seu ciúme ou coisa do gênero, mas para poupar outras pessoas de saberem o que Madison Harrison anda fazendo com um garoto entre quatro paredes, se é que isso é da conta de terceiros.
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Sintonia Silenciosa | ✓
Teen FictionMadison Harrison achava que o condutor das rédeas de seu destino estivesse de brincadeira com ela. A beleza, sem dúvida, era uma de suas principais qualidades, a razão pela qual atraía tantos olhares pelos corredores da Southergade High School e, de...