Queria envia-la uma mensagem, queria saber como estava ou se precisava conversar, mas não tinha droga do seu número, muito menos seu e-mail.
Quem ainda envia mensagens por e-mail hoje em dia?
Mas isso seria um sacrifício que faria apenas para se comunicar com ela, pensei comigo mesmo e vi que tinha razão. Eu faria absolutamente qualquer coisa para falar com Madison, seja enviar a droga de um e-mail ou ir à sua casa, mas eu também não sabia onde ela morava.
Porra!
Lancei minha mochila na poltrona ao lado da estante e me joguei à cama. Não sabia exatamente quanto tempo tinha passado andando de um lado para o outro, totalmente perdido em pensamentos, totalmente perdido no mundo que Madison criara em minha cabeça, mas tinha conhecimento que era tempo o bastante para fazer qualquer outra coisa, qualquer outra merda que não fosse pensar em uma garota que conheci há duas semanas.
Afundei meus dedos entre os fios de cabelo e cocei meu coro cabeludo a fim de me acalmar. Quando tudo a sua volta se torna silencioso e seus sentidos buscam se apurar como método de defesa, você acaba se vendo no fundo do mar, onde a pressão marítima te esmaga com a força de cinquenta aviões, ou num beco com o corpo de um claustrofóbico. No fim, o sentido é o mesmo: você se sente preso, sufocado, e qualquer coisa poderia ser uma alternativa se a finalidade fosse te manter sã.
Abri meus olhos quando uma ideia — estúpida, confesso — surge em minha mente.
Qualquer coisa para se acalmar, repeti mentalmente e me levantei da cama, seguindo até a porta de meu quarto e a trancando ao rodar a chave na fechadura. Me voltando ao quarto, procurei meu laptop com os olhos, encontrando-o relaxado sobre a cômoda na outra extremidade do quarto, ao lado do espelho que me refletia.
— Nada que você já não tenha feito.
Engoli em seco e caminhei até o aparelho, levando-o e seguindo até a cama novamente. Puxei a tela e o liguei pressionando o indicador no botão descrito por “on/off”.
Punheta foi uma arte que adotei há tempo demais para me lembrar. Segundo minha mãe, era vergonhosamente fácil me flagrar no ato quando menor. Bem menor, quando não tinha conhecimentos ou controle de meus instintos. E a situação tendeu a piorar quando cheguei à puberdade, em outras palavras, a fase mais horrenda da vida de alguém. Com hormônios aflorados e pensamentos nada agradáveis, eu não ter tido uma câimbra na mão foi mera sorte. No ápice de meus catorze anos, quando iniciei minha vida amorosa juntamente com a sexual, a masturbação ficou de lado e dei mais atenção ao relacionamento no qual estava enfiado. Era até legal, o sexo era bom, apressado mas ainda assim bom, e eu consegui amadurecer bastante graças a responsabilidade absurda que este requeria. Contudo, quando despenquei e me afundei na solidão e no silêncio, a frustração foi tanta que até punheta parecia ser digna demais para mim, mas ainda assim a praticava, porque era a única fonte de prazer que eu tinha, era a única opção de relaxamento eficaz que podia recorrer, pois tinha certeza que ela conseguiria me proporcionar o que eu queria. Ao menos por um tempo considerável.
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Sintonia Silenciosa | ✓
Teen FictionMadison Harrison achava que o condutor das rédeas de seu destino estivesse de brincadeira com ela. A beleza, sem dúvida, era uma de suas principais qualidades, a razão pela qual atraía tantos olhares pelos corredores da Southergade High School e, de...