Madison Harrison achava que o condutor das rédeas de seu destino estivesse de brincadeira com ela.
A beleza, sem dúvida, era uma de suas principais qualidades, a razão pela qual atraía tantos olhares pelos corredores da Southergade High School e, de...
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Eu buscava entender o motivo para ter vindo a esta festa clandestinamente após ter visto o seu anúncio no Snapchat, mas agora, com uma Madison Harrison sorridente e suja de maquiagem agarrada aos meus braços, compreendi.
Era confuso e familiar vir à festas, ainda mais quando a última vez que vim eu tinha minha audição que muito me ajudava. Agora, tudo ao meu redor parecia sem nexo algum; os jovens saltitantes e dançantes me deixavam confuso, e se outra pessoa estivesse em meu lugar e visse e o que eu vejo, com certeza esta concluiria que estava entre lunáticos num hospício; as luzes coloridas e cintilantes me deixavam com uma pergunta em mente: ela estava piscando em ritmo à música, que devia estar tocando, ou de forma aleatória?
Madison, que nem notara que tinha fugido de meus braços, ainda portava aquele sorriso que a deixava linda e estranha simultaneamente. Por que ela estava sorrindo para mim?
— O que veio fazer aqui? — Apesar da má luminosidade do lugar, consegui ler seus lábios no mesmo instante que uma das luzes coloridas iluminou sua face e realçou duas coisas que poderia explicar o sorriso estranho que ela me lançou: suas pupilas dilatadas, evidenciando um possível consumo de álcool, e os caminhos d’água escuros que iam desde as pálpebras inferiores até o queixo, demarcando um choro.
O que teria a feito chorar? Quem a teria feito chorar?
Minha mente não precisou de mais que um segundo para ter suas conclusões, ainda mais quando o sujeito que possivelmente foi o causador do choro de Madison surgiu no topo da escada, analisando-nos com o cenho franzido. A constar por suas roupas amarrotadas e o seu cabelo mais bagunçado que o normal cheguei a uma vergonhosa conclusão.
Madison não havia cumprido um dos seus tratos, uma voz ronronou em minha mente, o seu tom carregava maldade e uma malícia gigantesca.
Analisei Blaise por mais alguns instantes, ignorando temporariamente a pergunta de Madison até que pudesse desviar meus olhos dos dele para focar nos belos que eram os dela.
Desinteressado, dei ombros e respondi:
— Vi o anúncio no Snapchat e quis vir.
A garota a minha frente assentiu, e pelo seu olhar curioso ela parecia bem interessada no assunto. Contudo, assim que Blaise desceu as escadas e passou por nós na direção da multidão dançarina logo atrás da gente, notei uma sombra de medo perpassar pelos olhos da garota, a fazendo automaticamente se encolher enquanto observava o ruivo se distanciar.
Confusão me atingiu e repassei mentalmente possíveis situações que poderia ocorrer entre eles. Possíveis situações que Blaise poderia causar em alguém. Causar nela.
Madison voltou seus olhos levemente arregalados em minha direção, e automaticamente levei meus orbes aos seus lábios inchados e avermelhados. Excessivamente.
— O que acha de sairmos daqui? — ela sugeriu, esboçando outro sorriso amigável e nervoso em minha direção ao mesmo tempo que esticava sua mão para capturar a minha.
