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Austin se foi poucos minutos após nosso momento no banheiro

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Austin se foi poucos minutos após nosso momento no banheiro. Razão: A chegada de meus pais. Rio sempre que me recordo dele vestindo suas vestimentas rapidamente e se lançando contra a janela após rápidos resumos meus de como cair em pé, na grama, sem se machucar, e gargalho com a lembrança dele correndo com suas roupas molhadas grudadas ao corpo ainda sujo das espumas de nosso banho.

O final de semana passou-se num piscar de olhos e o domingo pareceu um dia sofrível, tanto pelas brigas que aconteciam no quarto ao lado quanto pela saudade de Austin que esmurrava meu peito sem dó, apesar de termos nos encontrado no sábado, em sua casa, onde dessa vez ele não teve medo de me machucar nem de não me satisfazer.

Com as recordações de seus movimentos profundos e lentos, de seus beijos leves e de suas carícias calmantes, sorri com os olhos fixos no teto de meu quarto, o corpo sobre a cama a qual tivemos nossa primeira vez.

E apesar dos sorrisos para o nada, ainda sentia aquele aperto em meu coração. Por Austin e sua história reveladora. Como não percebi que Harper e ele tinham um caso no passado quando esta deixava isso tão claro ao me cobrar para ficar longe dele e querer sempre saber o que tanto conversávamos às escondidas? Como pude ser tão cega?

“Quantas vezes não usei essa peça” foi o que ela disse no dia que meu segredo foi revelado. Lembro que a peça que eu usava era grande demais para meu corpo. Era de Austin. “Como foi dormir com ele?”, perguntou assim que retirou os olhos da peça e mirou-os em mim. Harper não estava se referindo a Blaise, mas ao ex que traiu quase três anos antes.

Passei meus dedos entre meus fios de cabelo e suspirei com força.

Madison Harrison, você é a pessoa mais lesada já existente, minha voz mental me xingou e não a repreendi por isso.

Meu coração doeu mais quando minhas lembranças se focaram na história de Austin, no seu acidente e na alternativa que poderia recorrer para obter sua audição novamente caso tivesse ótimas condições financeiras. Mas ele não havia, e a única opção que tinha era se conformar com a injustiça que seu destino o condenou.

— Pensativa?

Saindo do transe e direcionando meu olhar à porta, encontrei meu pai parado no batente me observando com o seu olhar carinhoso e atento de sempre. Sorri levemente e me forcei a sentar à cama, os espaços aos lados de mim eram um convite bem explícito para meu responsável se aproximar e se sentar. Ele não contestou, apenas o fez em silêncio.

— É, um pouco. — Abracei meus joelhos e apoiei meus calcanhares no pau da cama. — Quando se está de castigo, não tem muito o que fazer — menti, dando de ombros e lutando contra o enrubescer de minhas bochechas.

Meu pai riu baixinho e negou com a cabeça.

— Fala isso como se respeitasse o seu castigo — falou entre os risos e me observou de soslaio.

Sintonia Silenciosa | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora