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Pude sentir perfeitamente minha áurea se revigorando após minha confissão, e, com a mão ainda sobre a bochecha de Austin e sua testa unida à minha, presenciei o exato instante que, suspeitei, seus ombros se curvaram em alívio e um suspiro lhe foi ...

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Pude sentir perfeitamente minha áurea se revigorando após minha confissão, e, com a mão ainda sobre a bochecha de Austin e sua testa unida à minha, presenciei o exato instante que, suspeitei, seus ombros se curvaram em alívio e um suspiro lhe foi arrancado. O sopro, acompanhado por seu hálito refrescante, se chocou contra meu perfil e me fez abrir as pálpebras, ansiando em beijá-lo, em tocá-lo e em amá-lo da maneira que não consegui antes.

O menino sorriu e seus olhos negros — tais que, pela proximidade, pude facilmente detectar suas pupilas pulsantes na centralidade das íris — brilhavam como pedras ônix. Retribui o sorriso sem pensar duas vezes e minha mão — a que formava o eu te amo — relaxou seus dedos e tornou ao garoto no mesmo instante que ele dissera:

— Eu amo você, Maddy. Tanto que me surpreendi ter me rendido a você em tão pouco tempo...

Minutos após, estávamos deitados em sua cama, Austin logo atrás de mim, aconchegando minhas costas, cobertas pela sua peça de roupa, em seu peito e seus braços ao redor da minha cintura. Sua bochecha também estava sobre a minha, e, logo depois que nos reconfortamos um no outro sobre aquela cama apertada, senti sua respiração se regulando e seu peso aumentando na região das minhas costas e lateral direita do corpo, um sinal óbvio que ele havia caído no sono.

Eu, porém, me mantive acordada pelos 45 minutos seguintes, observando o céu claro e aberto através da janela e aproveitando totalmente aquele instante e Austin Dawson, que há dias machuquei e que agora estava ali, logo atrás de mim, dormindo e pronto para dar um passo largo em nossa relação.

Quando fechei meus olhos e soltei o ar preso em minha boca, sabia que também estava pronta.

...*...

Acordei horas depois, sozinha na cama e encontrando um céu sombrio que só era iluminado por uma lua crescente e estrelas cintilantes que desenhavam constelações e que formavam figuras que só poderiam ser detectadas caso um indivíduo olhasse aquela imensidão sombria com atenção, por tempo demais e estivesse disposto a ligar linhas imaginárias em cada ponto brilhante.

Eu definitivamente não era esse indivíduo e nem estava disposta a ser.

Me sentei à cama, o lençol que me cobria por inteira retrocedeu e se manteve em meu colo, cobrindo somente minhas pernas.

O som do chuveiro vindo da porta entreaberta do banheiro foi o que causou o meu despertar lépido, me dando forças para retirar as cobertas de meu colo e seguir hesitantemente até a pequena brecha entre a ombreira e a porta por onde uma suave, quase imperceptível, fumaça quente escapava. Me perguntei se não seria incômodo ou até mesmo invasivo adentrar ali, onde provavelmente Austin tomava o seu banho, e compartilhar com ele esse momento contemplativo. Todavia, nem sequer cheguei à uma resposta quando empurrei a porta silenciosamente, apesar de ter noção que mesmo se fosse brusca o garoto não me ouviria, e o analisei no box.

Sintonia Silenciosa | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora