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— Esta é a minha preferida — Madison comentou, seus dedos acariciavam minha orelha direita e um sorriso leve lhe tatuava os lábios cheios e inchados pela quantidade excessiva de beijos que os presenteei essa tarde

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— Esta é a minha preferida — Madison comentou, seus dedos acariciavam minha orelha direita e um sorriso leve lhe tatuava os lábios cheios e inchados pela quantidade excessiva de beijos que os presenteei essa tarde. — Você tem uma favorita?

Senti o peso de seu olhar sobre meus orbes e não demorei para desviar minha atenção de sua boca sorridente para as belas esmeraldas que me analisavam. Sorri em sua direção e neguei, as espumas aos arredores balançaram levemente por meu ato, me trazendo mais tranquilidade e relaxamento.

— Não tenho preferências com orelhas, Maddy — brinquei e ergui meu indicador para enrolar uma mecha molhada de seu cabelo úmido. — Mas se fosse para escolher, escolheria as suas.

Madison se encolheu contra si, pressionando meu colo submerso na água e na espuma, e corou.

— Sério — continuei, querendo mais que tudo ver toda a região de seu corpo ficar quente e vermelha. Inclusive as pontas das orelhas, onde já flagrei diversas vezes o fervor quando esta ficava envergonhada —, elas são pequenininhas e têm pelinhos clarinhos como o seu cabelo. Elas são perfeitas como você.

Alternei meu olhar pelas pupilas da loira e tentei ao máximo transparecer a sinceridade, o desejo e o carinho que sinto por ela apenas pela nossa troca de olhares, porque eu não havia mentido. Madison Harrison era perfeita, e eu adorava cada centímetro de seu corpo, cada parte de seu ser. Eu a adorava. Como um cachorro que adora seu dono, como um fiel adora seu deus, eu a adorava estridentemente. Queria ter percebido antes, antes do caralho do sexo, antes de beijá-la e tocá-la pela primeira vez. Como pude me fazer de deficiente visual quando este sentido era um dos mais apurados que eu tinha?

Cacete!

Deslizei meus dedos pela pele nua de suas costas e me afastei do batente da banheira, capturando seu queixo, o canto de seus lábios e a pontinha de seu nariz com um beijo que tive certeza que fora silencioso, até mesmo para ela.

Me ajeitei na banheira, sentando-me eretamente para abraçá-la e continuar com a minha distribuição de selinhos e chupões por toda sua extremidade do pescoço e ombro. Seus leves sobressaltos eram a única prova que eu tinha concretamente que evidenciasse o seu riso.

Madison me acariciava com as mãos a todo instante, a ponta de seus dedos adentravam meus fios úmidos e sujos de espuma e mimavam o coro cabeludo molhado com suas unhas sobressalentes e de tintura azul descascada.

Quando nos afastamos, ela ainda sobre meu colo com pingos do nosso banho deslizando por sua pele macia assim como ainda deslizavam na minha, nossos olhos se encontraram e pude senti-la segurar a respiração. Seus braços, abraçados à minha nuca, estremeceram e notei seus lábios se abrindo e fechando, como se ela estivesse hesitante, com algo em mente mas impossível de vir à tona, com algo na ponta da língua mas impossível de pronunciá-lo.

Estreitando minhas sobrancelhas e apertando-a mais contra mim, soei, curioso:

— O que foi?

Maddy relaxou os músculos e me observou com as pontas das sobrancelhas para cima, seu semblante triste estava completo agora e isso me doeu internamente. Submeti meu olhar ao seus lábios, tanto por saber que logo estes diriam algo quanto por querer que essa dor estranha que avassalava meu peito por sua causa sumisse. Não sumiu, não contendo ela assim, tão próxima, com seus sentimentos se transpassando a cada respiração, a cada piscar e a cada olhada. Não quando eu já havia ganhado sua confiança e ela já não via mais problemas em se abrir para mim, não quando estávamos juntos nos tornávamos um.

Sintonia Silenciosa | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora