Eliot Rollins
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O que eu tinha na cabeça quando decidi ir até lá? Era só esperar Miguel no carro como havíamos combinado. Por que eu decidi entrar?
Eu me questionava andando apressadamente pelo aeroporto. Aquele lugar estava me sufocando. Um nó apertado surgiu na minha garganta. Eu tentava engoli-lo, mas estava sendo difícil. Nora partiu, deixou tudo para trás. Eu poderia tê-la impedido, foi por isso que entrei, por isso corri apressado e atravessei todo o aeroporto, por isso quase gritei o seu nome, mas... não consegui. Sabia que aquilo não seria o suficiente para fazê-la ficar, que os meus sentimentos não eram o suficiente para fazê-la ficar.
Ela queria que eu seguisse em frente, queria partir e foi por isso que apenas a vi ir, porque ela queria.
Entro no carro e deito a cabeça no encosto. Fico olhando para o teto do carro respirando fundo na intensão de acalmar meu coração, meus sentimentos e segurar as minhas lágrimas. Não demorou muito para a porta do carona abrir e fechar, ouço uma fungada e olho para Miguel que estava olhando para fora fugindo dos meus olhos.
Sem dizer uma palavra virei a chave e deixamos o local. Depois de cinco minutos calado Miguel decidiu falar.
- Está pronto? - olho para ele de relance e vejo que seus olhos estão presos a paisagem.
- Pra quê?
- Audiência de custódia. - respondeu agora me olhando.
Não poderia negar que eu estava ansioso e nervoso, depois de um mês inteiro me preparando, preparando minha casa, sendo avaliado por assistentes sociais e visitando Mary periodicamente, a audiência de custódia havia finalmente sido marcada e era ali que nós obteríamos uma resposta do juiz.
- Hum... Sim eu estou pronto. - não fui muito seguro ao falar e tenho certeza que ele percebeu.
- Está mentindo mané. Mas relaxa, você é a melhor opção para Mary. Acho que ela gosta de você. - ele respondeu pela primeira vez sorrindo naquela manhã.
Ele havia ido comigo algumas vezes visitar a Mary. Era bom para que ela o conhecesse, depois de ser muito ignorado Miguel conseguiu chamar a atenção dela mexendo no canudo do milkshake que tomava.
Mary tinha algumas fixações por objetos bem peculiares. Então sempre que ia visitá-la ele acabava levando canudos para ela.
Rochelle até nos mostrou a pequena coleção dela, era peculiar por assim dizer, mas pelo que a mulher falava ela ficava horas organizando os canudos no pote e sempre que acabava colocava ao lado da cama.
- Você acha que ela vai levar o pote de canudos para casa? - pergunto a Miguel que sorrir.
- Nem recebeu o sim e já acha que vai levá-la.
- Eu prefiro focar em que eu vou conseguir ao invés do que vai acontecer caso eu não consiga. - explico ganhando um aceno compreensivo.
- Entendo. Mas não se preocupe, vai dar tudo certo. - prometeu dando alguns tapinhas no meu ombro.
- Assim espero moleque, assim espero. - dirigi em silêncio até o tribunal.
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Um Presente Chamado Mary ✔
Lãng mạnA vida de Eliot Rolins era perfeita, ou assim ele achava que era até que de repente as coisas mudaram e Nora Miller, sua namorada, o deixou sem mais nem menos, Miguel decidiu trancar a faculdade e ele descobriu que o seu pai, o homem responsável por...