Eliot Rollins
-//-Era um sábado chuvoso e nós estávamos trancados dentro de casa. Eu sentia que iria enlouquecer por ouvir Mary tocar a mesma canção toda hora e estava quase chorando.
Dramático, eu sei.
Miguel chegara a pouco, meio mau humorado por ter sido dispensado por Danika já que ela estava estudando e se eu não estivesse tão frustrado e querendo dar uns tapas no velho Mcdonalds eu estaria rindo e debochado dele por não está com a namorada.
Mas no momento eu também estava sem a minha já que Celine foi visitar a irmã e a sobrinha. Ela não estava muito animada com isso, já que de acordo com ela sua irmã era muito chata e provavelmente iria fazê-la trocar de roupa para segurar o neném.
Dei umas boas risadas de suas mensagens afirmando que a irmã fez ela realmente trocar de roupa e agora estava explorando ela pra arrumar o apartamento. Coisas como; foi ela quem fez e sou eu que arruma me fez rir, assim como sua reclamação do cunhado que conhecendo a figura acabou arranjando outra coisa pra fazer e fugiu deixando ela lidar com a fera.
- Velho! - Miguel entrou no meu escritório e olhei para cima - Faz ela parar. Ela está há duas horas tocando a mesma música.
- É a única que ela conhece.
- Velho...
- Ok. Vamos arranjar algo para fazermos com ela. - proponho ganhando um aceno animado e aliviado.
- Vamos velho. - afastei a cadeira e me levantei seguindo um Miguel feliz pela música parar.
Ao entrarmos na sala pude ver Rose com uma expressão bem parecida com a de Miguel. Nos aproximamos e paramos ao seu lado.
- Me digam que vocês pensaram em algo para tirá-la do piano. - pediu dando uma rápida olhada para mim.
- Achei que você tivesse pensado em algo. - ela suspirou e nos mandou segui-la - O que vamos fazer?
- Que tal cozinharmos? - sugeriu já pegando os utensílios de cozinha.
- É sério? - Miguel perguntou meio animado e abismado.
- Sim, Mary gosta de me ajudar às vezes na cozinha. Querem ver? - nós assentimos - Mary, vamos fazer uns muffins? - a música não parou e Miguel bufou - Vamos começar e você não ouse rir, eu sei o que falo. - ela repreendeu e cinco minutos depois a música parou e Mary apareceu na cozinha.
Sem dizer nada ela pegou a vasilha que Rose havia separado para ela e em silêncio começou a misturar os ingredientes que Rose havia colocado ali.
- Eu te disse. - ela falou de forma convencida para Miguel que encarava Mary boquiaberto.
- Ela sabe cozinhar? - perguntou abismado.
- Sabe sim, era eu quem cuidava dela quando o Robbie estava trabalhando. Mary fica mais relaxada e gosta de cozinhar, assim como gosta de tocar piano. - explicou dando uma olhada na minha sobrinha - Mary se expressa mais fazendo algumas coisas do que falando.
- Nós sabemos.
- Então sem mais enrolação vamos continuar.
Eu não tinha ideia do que estava fazendo, não sou muito bom na cozinha, no entanto estava me divertindo e o melhor Mary também. Sempre que eu a olhava ela estava concentrada preparando sua massa. Em seus olhos eu via determinação e cautela.
Para ela era como estivéssemos em um laboratório e ela estivesse trabalhando em uma descoberta ou em uma experiência.
Miguel parecia saber mais ou menos o que fazia, até piada fez da minha cara por eu estar tão perdido com os preparos.
- Eu sou péssimo nisso Rose. - me lamento já desistindo da minha massa.
- Cara ainda bem que você não dependeu do estomago para conquistar a Celine. - Miguel como sempre debochou de mim, mas ele não estava. Só que eu nunca diria isso a ele.
- É a sua primeira vez fazendo isso Eliot, ninguém nasce aprendendo. - Rose falou de forma gentil.
- O talento ajuda, mas na cozinha ele não tem. - Miguel comentou ganhando um tapa na cabeça e resmungou que doeu.
- Assim você o desanima.
- O quê? Ele é ruim mesmo. Por que acha que ele tem uma gaveta cheia de números de restaurantes?
- Ele está certo Rose, eu sou péssimo na cozinha. Já aceitei isso.
- Ajudo você. - aquela vozinha infantil que era raramente ouvida falou pegando o pote da minha mão e o colocou no balcão - É assim. - Mary fez todo o processo sempre dizendo é assim. Não sei se eu fiquei mais emocionado ou orgulhoso por vê-la me ensinando a cozinhar.
Foi algo doce e maravilhoso, aquela garotinha linda e autista me ensinando a fazer muffins.
- Viu?
- Sim. - digo de forma suave e a vejo sorrir e descobri naquele momento que sim, existia um sorriso mais lindo do que o da Celine e era o da Mary, um sorriso que me encantou e me fez querer vê-lo sempre.
N/A: Capítulo pequeno, eu sei. Prometo que no decorrer dessa semana eu solto o próximo. Quem sabe na véspera do natal? Então isso é tudo pessoal, espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima!!!
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Um Presente Chamado Mary ✔
RomansaA vida de Eliot Rolins era perfeita, ou assim ele achava que era até que de repente as coisas mudaram e Nora Miller, sua namorada, o deixou sem mais nem menos, Miguel decidiu trancar a faculdade e ele descobriu que o seu pai, o homem responsável por...