Capítulo 30

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Nora Miller
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O que eu tinha na cabeça quando achei que essa viagem seria uma boa ideia? 

Idiota.

Era para ser a viagem, tinha tudo para ser. Mas eu empaquei no lugar, fiquei em Londres e não sai mais. Fiquei um tempo com o meu tio e com a esposa dele, mas eu sai da casa deles não queria incomodar.

Então fui para um hotel pareceu uma ótima ideia no começo, mas me senti tão sozinha. Pelo menos com os meus tios eu não estava só, sentia saudades de casa, do Miguel, dos meus pais, dos meus irmãos, dos meus sobrinhos, do Eliot. 

Mais do que nunca eu senti saudades dele, ele estava sempre na minha cabeça. Não saia e isso me deixava ainda pior.

Nem sei como eu tive coragem de sair hoje a noite, acabei num pub com uma bebida na mão sentindo-me ainda mais melancólica.

Foi uma péssima ideia ter viajado.

- Mais um. - peço ao barman que pega a garrafa e enche o meu copo - Obrigada. - tomo um gole me lembrando de que meu pai gostava de whisky e aquela saudade bate mais forte e a vontade de voltar para casa fica maior.

- Não é assim que se bebe whisky. - uma voz masculina falou e tive a impressão de que já havia ouvido aquela voz em algum lugar. Olho para o lado e vejo um homem alto, cabelo castanho, barba rala trajando uma camisa preta social com dois botões desabotoados e uma calça apertada, ele me era familiar só não sabia porque.

- Desculpe?

- Está bebendo errado, não está apreciando a bebida garota do avião. - arregalo os olhos ao me lembrar quem ele era.

- Você! Tive a impressão de que já havia ouvido a sua voz.

- Minha voz é inesquecível assim como eu. - ele sorriu como se fosse um galã e não contive a risada - Por que está rindo?

- Desculpa, isso foi muito engraçado. Me lembrou do meu irmão, ele falava assim com as mulheres como se fosse um Dom Juan.

- E quem é o seu irmão, amor? - perguntou debruçando-se sobre o balcão.

- Amor? Você chama as pessoas que não conhece de amor?

- Você não me disse o seu nome. - deu de ombros como se aquilo justificasse alguma coisa.

- Então isso é um sim.

- Eu não disse que sim. - ele se sentou ao meu lado e pediu a garrafa de whisky ao barman - Vou te ensinar a beber.

- E se eu não quiser aprender? - indago ganhando um sorriso convencido.

- Você não vai conseguir tirar os olhos de mim. Acredite amor, ninguém consegue. Seu irmão ao meu lado seria uma formiga.

- Você é muito convencido. - comento levando o meu copo a boca.

- Eu certamente posso ser um homem convencido. Se você olhar direito verá o quão sexy e charmosos eu sou. - olho para ele que sorrir de forma sedutora, ok eu não podia negar aquilo ele realmente era bonito e me pareceu ainda mais familiar. Eu tinha certeza de que não o havia visto apenas no avião.

- Você não é de se jogar fora.

- Sou de se jogar em muitos locais.  - ele meu deum piscadela provocativa e mais uma vez não me contive e ri.

- Você fala com todas assim?

- Sim. É o meu jeito e ninguém nunca reclamou.

- Talvez porque elas não tenham cérebro. - provoco e ele faz uma expressão ofendida.

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