Capítulo 34

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Eliot Rollins
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Duas idas ao tribunal, quatro clientes em um dia e acessoria para os estagiarios. Meu dia estava sendo puxado.

Minha cabeça estava começando a doer e os meus olhos estavam ardendo. Sinais da minha noite em claro. Por causa dos dois casos que eu tive que apresentar e defender no tribunal passei a noite em claro e a única coisa que eu queria no momento era fechar os olhos e dormir, contudo tinha mais um cliente para ver.

Às vezes, raras digasse de passagem, eu me arrependia de ter escolhido essa profissão, mas como diria minha tia todo trabalho é trabalhoso, não existe um menos cansativo, e olha ela estava certa.

- Com licença senhor Rollins.

- Sara, eu já te falei para me chamar de Eliot.

Acho que isso nunca vai mudar, Sara sempre me chamar de senhor Rollins ou Doutor Rollins, nunca pelo nome.

- Desculpa é força...

- Do hábito, eu sei. Mas como posso te ajudar?

- A mim não, mas a Kesley pediu para eu te entregar isso. É do caso de uma senhora Morgan.

- Certo. Obrigado. - agradeço pegando a pasta da sua mão. 

Senhora Morgan, a mesma que eu convenci a algumas semanas a deixar o marido agressor depois daquele dia da profissão no colégio da Mary. Ela fez extamente o que eu pedi, pegou as coisas e a filha e saiu enquanto ele trabalhava, foi a policia e fez o boletim de ocorrência, então eu entrei com uma medida preventiva que agora estava em vigor.

- Acho o seu trabalho lindo, não é qualquer um que pega casos assim. A maioria acreditar no proverbio de briga de marido e mulher ninguém mete a colher.

- Ai que está o erro das pessoas, isso só dá margem para o agressor. As pessoas devem sim se meter, denunciar é a melhor opção.

- Eu sei, mas muitas delas não tem coragem.

- Eu entendo, eu já estivesse desse lado da corda. - respondo deixando a pasta aberta na mesa - Minha mãe tinha medo do que seria de nós caso se separasse do meu pai, o maior receio dela era me deixar desabrigado. Não é muito diferente da situação de várias mulheres, algumas tem a ilusão de que ele vai, mas eles não mudam. Uma vez agressor sempre agressor.

Eu tinha bastante autoridade sobre o assunto, passei por isso, vi e ouvi e até sei de cor as desculpas que o meu pai dava a minha mãe.

Foi culpa da bebida, você sabe que eu te amo e amo a nossa família. Fica amor. Você realmente quer ir embora? Se for ele fica, eu não vou permitir que o meu guri passe a noite na rua, quer mesmo isso?

Eu ainda ouvia sua voz dando cada uma dessas desculpas.

- Eu já vou, boa sorte com os seus casos. - olhei para minha pilha de casos e percebi que eu precisaria de sorte para tentar resolver tudo aquilo hoje, mas seria impossível.

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Finalmente em casa, mas infelizmente com minha pasta cheia.

- Eliot que bom que você chegou. - Rose disse colocando um copo na frente de Mary - Beba querida, é suco de maçã. Você adora suco de maçã. - Mary estava sentada no chão com as perna enfiadas debaixo da mesinha de centro com o caderno aberto e olhos fixos nele. 

- Oi Rose, vocês tiveram um bom dia?

- Sim.

- Cadê o Bear? - perguntei sentindo falta do cão que sempre me recebia na porta e pulava em cima de mim.

Um Presente Chamado Mary ✔ Onde histórias criam vida. Descubra agora