Eliot Rollins
-//-Celine conseguiu marcar uma visita no colégio em que a mãe dela trabalhava e na segunda-feira lá estava eu, indo ao colégio com Mary e Rose.
A senhora Shapiro cismou em me acompanhar, acho que seu plano era me convencer. E como Mary não poderia ficar sozinha ela acabou vindo com a gente.
Bear foi pego pela sua babá canina. Toda vez que lembro disso me dá uma vontade de rir. O bom foi que Mary não se chateou ou se agitou com a separação deles dois e isso me deixava aliviado, até porque achei que haveria relutância da parte dela.
Estacionei o carro e olhei para o retrovisor, Mary parecia muito interessada contando as gostas da chuva que escorriam pelo vidro traseiro.
- Chegamos linda. - Rose falou tirando o cinto de segurança e logo em seguida abriu a porta.
Fiz o mesmo que ela e desci do carro. Mary desceu e como sempre olhou para cima. Rose abriu o guarda chuva para proteger as duas da chuva e Mary tentou se esquivar, mas sem muito sucesso.
O porteiro nos recebeu e avisou que poderíamos entrar logo depois de nos identificar. Uma senhora de cabelos castanhos nos recebeu com um sorriso e soube na hora que ela era a mãe da minha vizinha.
- Doutor Rollins?
- Senhora Grayson?
- Sim, como vai?
- Bem e obrigado por nos receber. Essa é a Rose e essa é a Mary.
- Olá como vai? - perguntou oferendo a mão a simpática Rose que a pegou e a apertou.
- Bem e a senhora?
- Bem. Olá Mary. - Mary acenou com a cabeça e a senhora Grayson sorriu e nos olhou - Celine me contou das suas duvidas em matricular a Mary numa escola regular.
- Dúvidas? Teimosia. - Rose corrigiu me lançando um olhar feio.
- Eu tenho as minhas ressalvas. - defendi-me ganhando um revirar de olhos.
- Sabe doutor Rollins, mães como eu lutaram muitos anos para garantir uma educação de qualidade e inclusiva para minha filha. Hoje pais como o senhor tem essa dadiva que foi concedida após anos de luta. Mas eu te entendo, o medo do que esperar de uma escola e de como ela pode ser afetada é preocupante.
- Muito. Eu tenho medo de como a escola vai se mostrar e que ela possa se machucar ou sofrer algum tipo de bullying.
- Eu entendo. Venha eu vou te mostrar como as coisas aqui funcionam para que acalme um pouco essas ideias e te dê uma nova perspectiva. - ela nos chamou nos levando para dentro - O New York College é um dos pioneiros em inclusão para todos os tipos de deficiência incluindo a TEA.
- Transtorno do Espectro Autista. - Rose falou baixinho comigo enquanto segurava a mão de Mary que também olhava tudo com atenção.
- Nossas turmas tem um total de quinze a vinte alunos. E em algumas dessas classes temos alunos com deficiência. Sindrome de Dawn, de Asperge, TDAH, TEA, surdes, cegueira entre outros. Numa classe específica temos quatro alunos com TEA e nessas classes estão presentes dois profissionais. O nosso professor formando em pedagogia e um professor de educação especial que trabalham em conjunto para o ensino e desenvolvimento de toda turma.
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Um Presente Chamado Mary ✔
RomansaA vida de Eliot Rolins era perfeita, ou assim ele achava que era até que de repente as coisas mudaram e Nora Miller, sua namorada, o deixou sem mais nem menos, Miguel decidiu trancar a faculdade e ele descobriu que o seu pai, o homem responsável por...