Capítulo 27

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Eliot Rollins
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Três dias depois da avaliação eu estava ansioso aguardando uma resposta que demorou para vim, porém disfarcei isso bem não querendo que Mary absorvesse a minha ansiedade.

Ela havia acordado tranquila naquela manhã e foi assim a manhã inteira pelo que Rose me disse. Mary estava bem e arranjou outro hobby; desenho.

Rose havia trazido os antigos desenhos dela, não entendi a maioria, mas por outro lado entendi alguns. Tinha um homem na maioria e embaixo do boneco estava escrito papai.Ela tentou representá-lo bem e tinha até uma mangueira de bombeiro. Mas um desenho especifico foi o que chamou a atenção. Era um homem vestido de laranja e embaixo estava escrito vovô.

Minha testa franziu quase que de forma instantânea ao ver o desenho. Claramente era o meu pai o que dava a entender que eles dois se conheciam e tinham um relacionamento, mas o que eu deveria fazer sobre isso? Devia perguntar a Rose ou a Mary?

Claro que a Mary o conheceu, me lembrei de quando ela estava na Rochelle e ficou falando vovô, vovô. Mas mesmo assim eu não sabia o que fazer sobre aquele assunto em especial, não falei com o meu pai desde a primeira é última visita e certamente não queria falar com ele novamente. No entanto tinha a Mary e ele era certamente algo importante na vida dela.

O que fazer?

- Doutor Rollins. - me assusto com a voz de Beth no interfone e atendo.

- Sim?

- Seu sobrinho está aqui para vê-lo.

- Adam?

- Sim. Posso mandá-lo entrar?

- Mas é claro que pode. - poucos segundos depois a porta é aberta e sorrio ao ver Adam que sorrir de volta, contudo parecia forçado e distante - Adam! O que te traz aqui? - indago ao me levantar para abraçá-lo.

- Oi tio Eliot. Eu queria falar com você.

Havia algo no tom dele que me preocupou. Estava mais baixo e contido, mas havia dúvida e senti um pouquinho de raiva também. Tinha algo errado.

- O que houve? - pergunto indicando a cadeira a qual ele se senta e esperou eu dar a volta na mesa para falar.

- Eu preciso de ajuda, quer dizer orientação. Mas não pode dizer a ninguém que eu vim aqui. - ele me olhou de um jeito profundo e sério e acenei numa promessa silenciosa de que não diria nada - Um garoto no colégio, ele... ele fez e disse algo horrível para o Noah e para o Jack. - começou meio incerto e esperei de forma paciente que ele contasse o que havia acontecido - Ele vem atormentando a gente a algum tempo e nós nunca demos bola, até ontem quando ele zombou do Jack pela cadeira de rodas e o Noah o defendeu, então ele... Ele disse uma coisa... Sabe feia para o Noah.

- O que ele disse?

- Chamou o Noah de macaco e falou para ele se colocar no devido lugar dele, abaixo dos homens brancos. - meus olhos se arregalaram de surpresa, mas logo foi substituído por raiva por ouvir aquele absurdo racista - E ele ameaçou acabar com a carreira dos pais do Noah se ouvisse um pio dele.

Eu fiquei ainda mais revoltado e quase dei um soco na mesa. Olhei para Adam mostrando a minha indignação e mantive minha expressão séria.

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