Relatando o Ocorrido

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[X-Mauro-X]

O quarto situado no segundo andar do Edifício Romero possui uma estética moderna e minimalista, com paredes revestidas por placas de metal branco que refletem suavemente a luz, provendo uma sensação de amplitude e frescor. Os quadros holográficos pendurados nas paredes projetam visões de praias serenas com areias douradas, florestas verdejantes e regiões desérticas. As imagens possuem uma movimentação dinâmica gerada pelo algoritmo avançado de Edmundo Quarenta e Seis. As ondas das praias, as árvores das florestas e as areias dos desertos, tudo se move como se fossem portais para outros mundos separados apenas por uma parede invisível.

Tudo aqui foi limpo e restaurado. O chão, coberto por um carpete vermelho com detalhes dourados, proporciona uma elegância que dá gosto de sentir. A iluminação é proporcionada por dois abajures perfeitamente posicionados nas extremidades do encosto de madeira da cama, emitindo uma luz dinâmica que se movimenta como farol, criando sombras dançantes nas paredes. A cama de casal é grande e robusta, possuindo um forro branco bagunçado. Os travesseiros estão quase caindo para o chão em ambos os lados.

Eu me encontro sem a roupa de cima, com o corpo pálido de pelos negros à mostra. Estou sentado na beirada frontal da cama, com as pernas nuas arreganhadas e a minha irmã, Leila, agachada bem na minha frente, com o meu pênis ereto dentro dos seus lábios rosados e brilhosos de umidade, movimentando a cabeça em um suave sobe e desce; os olhos fechados e os ondulados cabelos castanhos meio longos jogados para trás.

— Isso, só mais um pouquinho, vai — falo sussurrante, com a boca sorridente. De repente, sinto a cabeça do meu pênis pulsar gostosamente. — Ai... Aaaah... — e o gozo branco espirra para fora.

Leila afasta a cabeça de súbito, tossindo, enquanto o líquido branco escorre suavemente através da cabeça rosada da minha glande, umedecendo todo o meu pênis. Os olhos castanhos meus e de Leila fitam um ao outro. Trocamos um e outro suspiro, então soltamos uma gargalhada.

— Eu engoli — ela cai sentada no chão, com o corpo de pele clara revestido em uma camisa regata branca transparente. Por estar sem sutiã, seus grandes mamilos rosados e siliconados ficam expostos à vista. — E aí, como eu fui?

— Como você foi? — eu me levanto da cama, com o pênis pingando gozo. — Não tenho muito que opinar — puxo o calção negro junto com a cueca branca e subo até a cintura. — A gente faz isso quase todo dia.

A expressão dela fica séria de repente.

— Então é assim? Não vai dizer: "oh, muito obrigado, querida irmã, por ter me chupado até gozar dentro da tua boca?!".

— Deixa de frescura, Leila. A gente transa o tempo todo — viro-me para o espelho na parede à minha direita, esfregando as mãos na minha barba raspada e nos meus cabelos pretos meio altos. — Além do mais, não temos muito que fazer além de fazer sexo nesta droga de lugar.

— E se tiver? — ela se levanta e aparece atrás de mim, envolvendo os braços no meu pescoço, pousando o queixo no meu ombro, sorrindo com os lábios rosados e carnudos. — A gente pode arranjar outras formas de passar melhor o tempo.

— Ah, é? — abro um meio sorriso. — E o que seriam essas outras formas?

— Vamos ver... Como Ministro da Segurança de Nova Recife, você poderia trazer uns soldados pra gente fazer uma suruba coletiva, o que acha? Eu dormindo com cinco homens de uma vez e você com cinco mulheres, aí a gente disputa quem dá conta dos cinco primeiro... Quem perder, vai ter que lamber o corpo do outro todinho — aproxima a boca para sussurrar no meu ouvido. — Até os cabelinhos das partes intimas...

Deixo escapar um risinho da boca, mostrando os dentes brancos.

— Não acha que Edmundo Quarenta e Seis vai achar tudo isso bizarro? Ele tem olhos por toda parte, inclusive tá vendo e ouvindo a gente agora mesmo.

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