Subo rapidamente uma escadaria e chego a um corredor escuro com três portas na parede à esquerda, onde encontro um garoto dormindo no chão, enrolado em um cobertor.
Eu desfiro um chute e ele acorda no susto.
— Sai daqui — aponto-lhe o fuzil na cara. — Pelo bem da tua vida, sai daqui, agora!
O garoto pula de uma sacudidela, correndo aos tropeções. Desfiro um pontapé na primeira porta e a arrombo, invadindo uma sala espaçosa com vista para um janelão quebrado. Encontro uma mesa larga de metal e a derrubo com um chute rápido, criando uma barricada. Tomo cobertura atrás da mesa, apontando o fuzil para o janelão. Fecho um olho e deixo o outro aberto sobre a mira do fuzil.
Atrás do janelão, um exército de drones brancos se revela, flutuando para cima em movimento conjunto, todos com as mãos de canhões laser apontadas para cá. Meus dedos dançam no gatilho PROW! PROW PROW! Três deles explodem, e eles lançam uma chuva de tiros laser JI JI JI JI JI JI!
Agacho-me e tomo cobertura, com luzes vermelhas piscando aos montes acima da minha cabeça, criando diversos buracos de queimaduras nas paredes. Inclino-me de lado, expondo parcialmente o fuzil e a metade da cara. PROW PROW PROW PROW! Mais drones caem e eu volto a tomar cobertura. A chuva de tiros laser persiste, piscando freneticamente por todo o meu entorno. Eis que a frequência dos tiros diminui e assim eu decido agir, levantando e me expondo parcialmente. Ativo o Modo de Concentração Tática, fazendo o mundo correr mais lento a minha volta. Assim eu lanço a minha rajada PROW PROW PROW PROW!
Dez drones explodem e eu volto a me proteger. Sacudo o fuzil e ejeto seu pente de munição vazia, puxando outro do bolso e recarregando com o máximo de rapidez. Volto a me expor parcialmente, no entanto vejo os drones invadindo o prédio em um efeito tsunami.
— Droga — disparo correria e retorno ao corredor, correndo em uma dançada de pernas. Subo rapidamente uma escadaria, escalando de dois em dois degraus, tomando cobertura atrás de uma parede ao final. Numa inclinada de lado, exponho a metade do meu rosto e aponto o canhão do fuzil. Os drones invadem e eu sacudo o dedo no gatilho PROW PROW PROW PROW! Vários explodem e eu me viro, avançando corredor à dentro, tomando cobertura atrás de um pilar de contornos dourados.
Realizo o mesmo esquema, expondo metade da face e apontando o fuzil. A onda de drones chega e eu lanço rajada atrás de rajada atrás de rajada, fazendo vários explodirem um após o outro, após o outro, após o outro. Meu pente de munição termina e eu recuo, dando meia volta e correndo freneticamente rumo a uma nova remessa de degraus para subir. No meio da subida, eu ejeto o pente de munição e realizo o processo de recarregar o fuzil. Atrás de mim, tiros laser ecoam em sucessivos ruídos agudos.
Chego ao segundo andar do prédio, voltando a tomar cobertura atrás da parede ao fim das escadas. Exponho metade da face e aponto o fuzil, mas os segundos passam... passam... Eles não aparecem.
Levanto o rosto para o teto. Detecto o som de drones esvoaçando por trás do teto. O mesmo barulho eu ouço vindo do andar de baixo. Estão tentando me flanquear.
Executo vários passos rápidos para trás, ainda apontando o fuzil. Encontro uma porta ao lado e executo um pontapé. A onda de drones vem tanto das escadas a que vim como do outro lado do corredor. Mas eu invado o quarto antes dos tiros serem disparados. Corro freneticamente rumo ao grande janelão ao fundo e realizo um salto, caindo janela abaixo e rolando o corpo ao colidir os pés com o chão.
A horda de drones se derrama do prédio como aguaceiro vazando de um cano. Aponto o fuzil, mas a chuva de tiros laser recai sobre mim. Um tiro e outro acertam o meu peito protegido pela armadura de grafeno, sem me causar dano. Sem opção, eu dou meia volta e avanço para o interior de um beco lixoso, chutando e arrastando todo tipo de carcaça pelo caminho, de cacos de vidro até partes de robôs mortos.
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URCASUL - Entre Santos e Máquinas
Science FictionEntre 2040 e 2050, o progresso tecnológico transformou o Brasil na maior potência na área de robótica e inteligência artificial de todo o mundo, ameaçando ultrapassar a economia dos Estados Unidos e da China em poucas décadas. Tal sonho foi desmoron...