C A P Í T U L O 40

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Pov★ Ian

Eu estava perdidamente confuso, Anna havia acabado com toda sanidade que ainda existia em mim.

Ela me encheu de dúvidas.
Ela não abandona meus pensamentos.
Ela simplesmente parece impregnada em mim.

— No que está pensando? — pergunta Steven colocando uma caixa de fantasias sobre a mesinha de centro.

Amanhã seria Halloween.  Provavelmente meu último dia das bruxas em Houston.

— Em como as mulheres são complicadas.  — bufo fechando os olhos com força. 

Steven sorrir zombando da minha cara.

— Parece que sua vida amorosa começou muito tarde, irmão.  — replica tirando a fantasia de Mário Boss da caixa.

O encaro incrédulo com aquilo.
Minha vida amorosa começou tarde? O que esse moleque sabia da vida e principalmente de relacionamentos amorosos.

—Ah, sou eu quem está escolhendo fantasias para sair pedido doces na rua. — zombo recebendo um olhar confuso de meu irmão.  Ignoro esse olhar ajeitando a almofada do sofá para que pudesse ficar mais confortável.

— Isso é uma tradição! — retruca indignado.

—Claro, e você é super cultural. — observo Steven revirar seus olhos claros.

— Você não é mais criança, por isso se esqueceu do prazer que é ganhar doces de graça.  — questiona colocando o boné azul de Mário. — E não se esqueça que é seu último Halloween em casa, em breve irá para a faculdade.

É, sabia que era importante para o Steven que eu o acompanhasse para pedir doces. Apesar de achar um absurdo ser usado de carona para seus amigos.

— Entendeu?

— Sim. — suspiro derrotado.

Algo dentro de mim se corrói, como se estivesse corrompido. Não tinha relação com Steven, era algo meu. Algo que impedia meu sono e impedia que palavras sinceras parecessem realmente sinceras.

— Steven.  — chamo sua atenção que estava sob a caixa.  — Já se sentiu culpado por algo?

— Tipo uma mentira?  Me sinto culpado quando minto. — responde ainda vasculhando a caixa a procura de algo que o agrade. — Mas sei que é só falar a verdade, ser sincero, por mais que seja difícil. Falar a verdade é sempre o melhor.

— Eu sei que é o melhor. Mas é uma mentira confusa de mais. E eu tenho medo do que pode acontecer depois. — suspiro frustado. Minha cabeça pesava de puro esgotamento.

— O medo nos impede de fazer muita coisa.

— Não é esse tipo de medo, Steven. — observo meu irmão franzir o cenho totalmente confuso, e eu não o culpo. — É o medo de perder alguém. Mas eu quero ser sincero, quero falar toda verdade, só que me dói saber que vou perdê-la.

— A mentira põe em risco tudo. Mas em que mentiu para Anna?

O encaro surpreso, como ele sabia que era Anna?

— Como sabe que é ela? 

— Vocês namoram. — respondeu óbvio.

Possivelmente Steven não entendia minha preocupação com Anna, para ele as coisas eram simples e fáceis de serem resolvidas, os adultos é que complicavam tudo.  Mas nada era tão simples assim.

Nós conversamos muito mais naquela noite, antes e depois que mamãe havia chegado do trabalho. Foi uma noite leve e sorridente, sempre tínhamos noites assim, mas aquela foi diferente. Não no fato de ter passado a noite em claro refletindo nas merdas que fiz da minha vida até cair no sono.

Anna - depois de você Onde histórias criam vida. Descubra agora