Ainda que tenha o controle da sua vida, você somente mudará-la, levantando-se e agindo.
Gina nos deu mais uma série de conselhos que merecem ser postos em prática.
Eu realmente julguei tudo isso de uma forma errada. Achei que encontraria mulheres em um estado depressivo reclamando de seus maridos e julgando as amantes deles. Mas não, nós aprendemos a liberar perdão para poder seguir em frente.Observo todas se levantando em grupos de conversa, me senti um pouco deslocada, mas não deixei isso transparecer.
—Hey Anna! — me assusto com a aproximação das duas garotas, Nice e Mia.
—Oi. — digo tentando me recuperar do susto.
— Sou Mia Ross. - se apresenta com um sorriso tímido.
— E eu sou Nice Thomson.
—Ah, prazer! Meu nome vocês já sabem.
Sempre tive um pouquinho de dificuldade em fazer novos amigos, mas é hora de mudar.
Conversamos por um bom tempo. Parece que fazem anos que não converso com pessoas interessantes da minha idade. Mas logo minha mãe chegou e tivemos que ir, me despedi das meninas prometendo encontrá-las amanhã no colégio.—Então... foi tudo bem? — pergunta mamãe com expectativa enquanto entramos no carro.
—Foi diferente. — respondo em um estado de êxtase.
Isso foi tudo que consegui dizer durante o trajeto inteiro.
Minha mente parece um poço de caos, tudo está confuso demais.
Eu não devo sentir falta dele! Ele não merece!— Ei Anna, chegamos! — exclama minha mãe enquanto estaciona na frente da garagem de casa. — Ah, vamos para a casa dos Lewis, Jess nos convidou para jantar hoje e Anny já está lá. — esclarece tarde demais para que eu possa discordar.
Minha família desde de sempre é amiga dos Lewis, mas quase nunca falo com Ian. Sempre me sinto desconfortável na presença dele.
Minha mãe aproxima o dedo da campainha e pressiona permitindo a música cafona que com certeza foi Ian que escolheu, ecoar pela casa.
Minha mãe cantarola o ritmo e faz uma dancinha constrangedora.
Finalmente alguém abre a porta forçando minha mãe a parar com aquela dancinha ridícula.Minhas bochechas ruborizam ao ver Ian apenas de bermuda com a marca da sua cueca box aparecendo. Calvin Klein de cor branca. O fato de eu ter reparado nesse pequeno detalhe não quer dizer que passei longos minutos o encarando. Os cabelos loiros molhados provam que ele acabou de sair do banho, os olhos azuis estão concentrado em minha mãe que disse algo sobre: pelado, porta, menino.
Não consegui escutar a frase que com certeza me faria morrer de vergonha. Ian a abraça como sempre faz, afinal ela viu ele nascer e é como uma segunda mãe.
É constrangedor ficar olhando para Ian sem camisa exibindo seu abdômen definido, percebi o sinal de nascencia perto do seu umbigo.
Nem percebi o meu estado paralisado encarando Ian Martin Lewis até o mesmo lançar um olhar descarado me fazendo perceber que não o suporto às vezes. E isso é recíproco!—Anna Beth. — isso foi golpe baixo! Detesto ser chamada de Anna Beth, e Ian sabe bem disso.
— Ian Martin Lewis. — retribuo o olhar sarcástico que tinha sido lançado.—Como foi o verão? — pergunta ainda parado na porta.
—Não lhe interessa. — respondo delicada tentando passar por ele , mas sou barrada.
—Ah, você está na minha casa, então, tente ser menos mal-educada. — o sorrisinho sarcástico ainda é predominantemente em seu rosto. — Se é que consegue.
—Eu vou chamar a sua mãe! — ameaço da forma que posso.
—Apelou Anna Beth.
Ele se aproximou com aquele corpo um tanto quanto úmido de mim.
—Não ouse se aproximar de mim molhado desta forma. — o repreendo, mas o sacana não tira o sorrisinho do rosto. Isso me deixa frustrada. E fica cada dia mais claro o porquê de não podermos ficar no mesmo ambiente por muito tempo.
Nos encaramos por um bom tempo. Seus olhos azuis compenetrados encaram os meus.
—Entre Anna! — a voz de Jess me tira do transe fazendo com que desvie do olhar de Ian.
— Ian, vá vestir algo decente. Temos convidados para o jantar! — ele rapidamente se afasta e trata de subir as escadas para vesti-se de uma forma decente.Encosto a porta e percebo minha mãe e Jess no sofá conversando. Jess fala sobre a ideia de um novo livro, já que elas são melhores amigas e mamãe é revisora dos seus clichês.
Logo Ian desce as escadas mexendo no celular.Uma das poucas diferenças que há entre os Lewis e a minha família é que lá em casa eu sou uma preguiçosa escrava, minha mãe me obriga a cozinhar de todas as formas. Já na casa do Lewis, Ian cozinha quase todas as noites e hoje não foi diferente.
Quando estávamos prontos para jantar , Ian serviu um por um. Tardiamente chegou minha vez, e pudi sentir seu perfume. Ele retornou ao seu lugar e antes de colocar a primeira garfada o palhaço nos apresenta o prato:
—Temos um prato simples e fácil, purê de batatas, uma das minhas especialidades gastronômicas.
Convencido!
Aproximo o garfo da boca, mas novamente sou interrompida pelo barulho da campainha.
—Não toquem no purê antes de eu atender a porta! — Ian se levanta e logo some de nossas vistas, respiro fundo demonstrando minha frustração. Qual é? Não podemos nem comer mais?
Meus olhos admiram o belo purê no prato, e particularmente amo purê! Seria uma falta de educação se comesse antes do garoto voltar?
Afastei meus pensamentos gulosos e me esforcei para não sentir nenhum tipo de desconforto quando vi Thales, um dos melhores amigos de Ian, entrar na sala de jantar sorrindo.
Eu não tenho nada contra Thales, ele parece ser uma pessoa legal, mas lembro de sempre ter presenciado brigas ou discussões dele com Josh. Fato que serve também para Ian, que pelo que sei tem um ódio mortal de Josh. Acho que seja pela rivalidade entre os dois times de futebol americano existentes no colégio. Mas o que isso me importa? Zaara que compartilhe das raivas do namorado. Eu não tenho nada com isso.— Oi tia Jess. — cumprimenta com um beijo no topo da cabeça. Ele foi simpático com minha mãe, que será sua professora de literatura esse ano, e Anny. — Ah, oi... — pareceu confuso e esquecido.
— Anna. Meu nome é Anna. — acho que pareci um pouquinho grossa, mas as pessoas não sabiam meu nome, só sou conhecida como: A ex-namorada traída de Josh Mackenzie e com ele não seria diferente.
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Anna - depois de você
Fiksi RemajaA vida de Anna Sanderson ia de mal a pior. Não que estivesse exatamente bem, porém, a dor da traição lhe atingiu como uma facada no peito. Desolada, precisou juntar os cacos do que restou de si para se reerguer. E ela conseguiu. Conheceu seu próprio...