05 (Parte 2)

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Me movi pelos corredores lotados, depois de perder todas as aulas antes de almoço, já que fui ver Bailey.

As pastas dos alunos, aqueles documentos eram incrivelmente importantes, todos os históricos, advertência, tudo. Não sei qual o plano de Bailey com isso, mas com certeza não me parecia o mais correto.

Mas quem sou eu pra falar sobre correto?

Virei o corredor que terminava com a sala do diretor.

Me encostei na parede, me perguntando como entrar naquele lugar sem ser vista.

A distância de uns vinte passos estava Sabina Hidalgo, ela era uma pessoa incrível com quem queria ser.

Isso não me incluía, o que era rivalidade no jogo virou algo completamente diferente e pessoal.

Na convivência constante, eu sabia que de uma coisa.

Sabina era a pessoa mais dramática que eu conhecia.

Ela e as amigas, além de um grupinho de líderes de torcida era o que me impedia de chegar a diretoria, e claro Simon Fuller, o diretor, de entrar.

Logo, algo me veio em mente.

Que tiraria todos dali em instantes.

Eu não acredito que realmente estou arriscando minha permanência na escola por Bailey.

Balancei a cabeça para os lados, afastando ele de minha mente.

Não era hora de ficar irritada.

Andei rapidamente, a um corredor um pouco mais vazio, procurando pelas paredes o botão vermelho bem protegido.

Torci pra que ninguém escutasse o vidro tênue quebrando, em seguida um som alto tocou.

Sorri ao ouvir Sabina gritar "Alarme de incêndio. "

Voltei ao corredor anterior a ponto de conseguir ver o diretor sair da sala as pressas, sumindo junto com os demais.

Inspirei e expirei.

Corri até o fim do corredor.

Empurrei a porta, vagando meu olhar pelo local, encontrando o lugar que eu procurava.

As gavetas eram divididas por letras e turmas.

Procurei pelas do terceiro ano.

Abri uma das duas gavetas com a letra "B" encontrando rapidamente um nome em especial "Bailey Thomas Cabello May".

— Thomas? — Deixei uma risadinha escapar.

Vasculhei as outras gavetas, mas não consegui continuar, meu coração gelou quando ouvi passos no corredor.

Fechei a gaveta, me jogando imediatamente no chão, embaixo da mesa do diretor, ouvi a porta abrir.

Ao que tudo indicava, alguém da segurança.

Apesar de ser uma escola segura, ela tinha diversas falhas, e uma que os pais insistem em questionar sempre é a falta de câmeras em certos andares da mesma.

Que para minha sorte era o mesmo do diretor.

A porta se fechou novamente.

Levantei procurando os outros dois nomes em suas respectivas gavetas.

Fugindo dali o mais rápido que pude.

Desci as escadas silenciosamente, até chegar ao andar que realmente tinha câmeras.

Voltei a subir o andar, entrando em qualquer sala aleatória, feliz por ter escadas de incêndio.

Desci o mais rápido que consegui, saindo pelo lado sem alunos, eu corri o quanto pude. 

Pelos lugares onde eu passava, eu via os olhares tortos sobre mim.

Parei um pouco para respirar.

Eu não poderia seguir o próximo um ano e meio seguindo ordens de Bailey, isso era loucura.

Eu não conseguiria fazer isso mais uma vez.

Eu não queria.

E estava louca para acabar com ele.

Porcaria de Beer Pong.

Após recuperar o ar, andei mais um pouco para a oficina.

Sentindo todo meu corpo cansado.

Minhas células quase gritavam por mim de exaustão.

— Acho que o que eu passei hoje serviu pra pagar ao menos um terço dos meus pecados, será que alguém viu isso? — falei para o universo.

Entrei no local, jogando os documentos sobre o capô do carro.

Bailey, que dessa vez estava dentro do carro, prestou atenção em mim.

— Vossa majestade...— Falei enojada.

Bailey saiu do carro, pegando os papéis.

— Alarme de incêndio? Isso foi bem previsível.— Lhe mostrei o dedo do meio.

— Como sabe disso?

— Um amigo me ligou. — Ele analisava a pasta como se visse algo muito importante.

— Por onde você saiu?

— Isso interessa? — Ele deu de ombros.

Suspirei cansada.

Eu estava curiosa em relação ao porque daquilo.

— Acha que não vão falar com você amanhã? Para saber disso? — Perguntei, ele me olhou aparentemente irritado com minha curiosidade.

— Não fui a escola hoje, e além do mais, não foi só a minha pasta que sumiu. E óbvio, eu tenho o álibi de estar na oficina.

— Você pensou em tudo. — Revirei os olhos, cruzando os braços. — Que merda.

— Acho melhor voltar pra escola, ou a desconfiança vai recair sobre você.

Ele estava mesmo me expulsando? Que babaca.

Me dirigi a saída.

Me virei pronta para falar o que estava preso em minha garganta, mas ele foi mais rápido.

Enquanto fechava a porta ele indagou:

— Espero que tenha tomado cuidado com as câmeras novas, próximas as escada de incêndio.

Ele me olhou inexpressivo fechando a oficina.

Engoli a seco. Eu estava ferrada.

 Eu estava ferrada

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24/7 -Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora