26 ( parte 2)

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Me encarei no espelho do banheiro, sentido como se chão tivesse desaparecido dos meus pés, minha respiração descompassada, minha mente dava voltas inteiras.

Senti como se pudesse colocar todo meu almoço para fora, a ideia de Bailey no hospital, talvez morrendo aos poucos me deixava em pânico.

- Shivani...- Joalin estava ao meu lado.- Hey, está tudo bem, vai ficar tudo bem.

- Mas eu não tô bem, o Bailey não... Eu não posso...

- Eu sei, eu sei.- Joalin me abraçou e eu desabei, chorei como se não existisse amanhã.

- Eu não estou bem.- Falei em meio a lágrimas.- Ele não pode...

- Ele vai ficar bem, ele melhorou uma vez, pode melhorar de novo.

- Ou eu posso perdê-lo para sempre, eu não posso perder mais ninguém.- Eu não consigo.

De repente a visão de Bailey tomou conta.

Eu não deveria ter lhe deixado sozinho no outro dia.

"Acabou" eu repetia, mas eu não queria, eu não podia.

- Ele vai ficar bem.- Senti aos poucos meu desespero se dissipar. 

Minha respiração normalizar e o choro cessar.

- Meu pai não vai me deixar ir até o hospital.- Falei o que eu já sabia.

Joahanna chamou do outro lado.

Juntei forças para sair daquele banheiro.

- Aconteceu algo?- Neguei.

Ao longe vi meu pai, eu não tinha como ir.

Meu vôo foi chamado pela primeira vez.

Senti um desespero interno, Joalin segurou minha mão tentando me passar forças.

- Eu preciso...- Soltei a mão de Joalin, tentei me dirigir a saída mas Charlie me impediu.

- Aonde vai? 

- Eu preciso...- Eu não tinha forças para terminar a frase.- Eu preciso ver o Bailey.- Falei.

- O que?- a voz do meu pai ecoou.- Nem pense nisso.

- Ele está no hospital!- Me virei para o mesmo.

- Não importa, você vai pegar suas coisas e entrar no avião.

- Não vou.

- Você vai nem que eu tenha que te amarrar.- Ele andou em minha direção, próximo para que ninguém escutasse.- Ou eu vou aproveitar que ele já está no hospital e termino o trabalho.

- Não pode fazer isso, não tem coração?

- O que está acontecendo?- Joahanna se intrometeu.

- Entra naquela porra de avião, agora.- Cada palavra era dita lentamente.

Engoli a seco, Joalin, que estava aparentemente se sentindo culpada, se aproximou.

Lhe abracei novamente. E sussurrei:

- Tem uma carta, dentro da gaveta onde guardo as coisas da minha mãe. Entregue para o Bailey, por mim.- Pedi em suplica. Joalin sussurrou algo em confirmação.

E dali segui, como um corpo vazio, sem olhar pra trás, enebriado em suas próprias lagrimás.

Sentei no lugar indicado, esperando o avião partir.

Torcendo para que Bailey ficasse bem.

Ou eu não ficaria.

Ou eu não ficaria

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Boa noiteeeee.












24/7 -Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora