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Retirei minhas roupas do guarda roupa, minhas malas estavam espalhadas por todo o quarto

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Retirei minhas roupas do guarda roupa, minhas malas estavam espalhadas por todo o quarto.

Eu cantarolava a música favorita da minha mãe na tentativa de me sentir um pouco mais segura.

Ouvi quando as batidas na porta soaram.

- Pode entrar.- Vi pela visão periférica Johanna entrar no quarto, com os braços cruzados.

- Precisa de ajuda?

- Eu consigo arrumar sozinha.- Peguei algumas roupas ainda com etiquetas, colocando em uma mala separada.- Eu sinto muito, a Joalin não deveria ter descoberto dessa forma.- Falei sem encara-la.

- Eu deveria ter contado desde o início. Não queria que tivesse sido dessa forma, no fim isso fez a verdade vir  a tona. Algo que não tive coragem de contar.

- Acha que ela vai nos perdoar?

- A Joalin tem um bom coração, o mais doce e paciente.

- É, ela tem.- Me sentei na ponta da cama.- Vai me levar ao aeroporto amanhã?

- Que tipo de Joahanna eu seria se não cuidasse de você. - Não contive o sorriso de canto aliviado.- Desce para comer, okay? Preciso que fique viva e não está fazendo isso sem se alimentar.

Balancei a cabeça em confirmação.

Joahanna fechou a porta me deixando sozinha mais uma vez.

Me virei notando vários papéis em cima da minha mesinha.

Andei até a mesma, sentando frente a ela.

As folhas em branco quase gritavam para que fossem escritas, peguei a caneta, e na primeira folha escrevi: Para Joalin.

(×)

- Como a Joalin está?- Questionei em frente a casa de Hina.

- Cansada, chateada, mas vai passar.- Hina tentou me passar confiança.

- Eu preciso que entregue isso a ela.- Coloquei a carta em suas mãos.- Preciso ir antes que ela me veja.

- Okay, espero te ver logo.- Assenti.

Me virando prestes a ir embora.

Porém uma voz conhecida me fez parar.

- Não vai se despedir de uma forma descente?- Me virei para a loira.

- Achei que não quisesse me ver.- Ela deu de ombros.

- Não sei bem o que eu quero agora.- Suspirei, e me preparei para ir embora.- Você iria me contar em algum momento?

Me senti encurralada de certa forma.

Cruzei os braços, mirando o rosto sério de Joalin.

- Desde que eu descobri, eu tentei, de todas as formas, e por um segundo eu desisti, esse foi o meu erro. Espero que um dia me perdoe.- Tentei demonstrar toda a minha sinceridade.- Sinto a sua falta, lê a carta com carinho.

Juntei todas as minha forças e parti para casa, porém parei no meio do caminho.

Retirei outro papel da bolsa.

"Bailey"

Pensei muito no momento em que estava escrevendo a carta, foi como se todas as memórias me seguissem e não estivessem dispostas a me deixar bem.

Eu imaginei como ele estava após o procedimento.

Eu poderia lhe entregar a carta, e isso nos levaria a um rumo diferente.

Ou poderia rasga-la e ir embora.

Eu não sabia qual decisão tomar.

Eu não sabia como.

Me peguei pensando em como talvez eu fosse uma pessoa horrível por abandona-lo quando ele precisava.

No  entanto eu já havia feito isso de certa forma.

Talvez Bailey perdesse o movimento de uma das pernas, e eu não estava lá por ele, como sei que ele estaria por mim.

Engoli meu orgulho, não pensando quando andei até o hospital.

Mesmo distante, eu queria saber se ele estava bem, não iria encotra-lo, mandei mensagem para Noah, pedindo que ele estivesse na frente do hospital.

Ele respodeu com un simples sim.

Noah estava sentado na picape.

- Como ele está?

- Ele está bem, o joelho ainda dói, mas vai ficar tudo bem.- Noah falou de uma vez.

Senti a preocupação subir a cabeça.

- Ele está bem mesmo?

- Meu pai avisou que se algo ruim acontecesse iria advertir.- Noah parecia não ter dormido bem.

Coloquei as mãos no rosto.

- É culpa minha.

- Não é, o Bailey é teimoso, foi isso que o trouxe para o hospital, ser apaixonado por você foi só um bônus.

Encarei a janela que Bailey sempre olhava no dia da morte do pai.

Lembrei de seu rosto abatido quando fui embora do quarto.

Eu havia feito a escolha certa, em ir embora?

- Eu vim aqui sem a intensão de ver ele, mas eu não sei se vou conseguir dormir sabendo que não esperei.

- Ele vai ficar bem.- Noah me olhou.- Pode ficar tranquila.

- Me liga?

- Claro.

- Não conta pra ele que eu estive aqui, por favor.

Noah hesitou mas confirmou.

Encarei a carta, não entreguei.

Guardei novamente, voltando para casa uma última vez.

Guardei novamente, voltando para casa uma última vez

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24/7 -Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora