Minha cabeça pesava, tentei abrir os olhos, mas a claridade também não ajudava. Notei alguém entrar no quarto, aparentemente notando meu incomodo.
Respirei fundo, quando as cortinas foram fechadas, finalmente vendo Noah.
- E aí idiota, como você está?
- Péssimo.
- Não deve estar tão ruim, você está vivo, é um começo.
Encarei o teto branco.
- Quem sabe por quanto tempo.
- Não seja dramático.- Ele pegou o celular de forma desinteressada.- A Sua indiana esteve aqui.
Prestei atenção no mesmo, tentei me mover, mas quase gritei de dor.
- O que disse a ela?
- Que estava com o joelho doendo, mas que estava tudo bem.- Fez aspas.
- Não contou pra ela, né?
- Não.- Me senti aliviado.- Mas acho que deveria.
- Ela quer distância, vou fazer isso, não vou enche-la com meus problemas.
- Ela gosta muito de você, só está chateada, deveria contar pra ela.
- Vamos esperar para ouvir o que seu pai vai me dizer.
- Ela estava bastante triste, nem conseguia disfarçar. Essa confusão não faz bem pra ela.
- Vai acabar quando ela estiver na Índia.- Não controlei a acidez em minha voz.
Noah me olhou, e suspirou.
- Acho que ela queria te entregar algo, mas desistiu.- continuei encarando o Nada.
- Que se dane.- engoli a seco.
- Bailey?- Encarei a enfermeira na porta.- Vamos começar o procedimento?- Confirmei.
(x)
Puxei levemente os fios do meu cabelo enquanto encarava o chão.
- Bailey! pode prestar atenção?- Ergui minha cabeça lhe encarando.
- Eu tô prestando atenção.
- Consegue ver os níveis altos aqui?-Engoli a seco.- E dessa vez, bem mais baixos?- indicou um outro canto.
Me encontrei parado, sem reação.
Baixei o olhar, desviando do ponto indicado.
- Sinto muito.- Vi seu olhar cheio de pena sobre mim.
- Pode sair?
- Quer que eu chame alguém?- Meus pensamentos correram para Shivani.
- Só preciso ficar sozinho.- O médico hesitou.- Agora!
Ele respirou fundo e como se soubesse que eu precisava de um tempo, saiu.
Eu só queria quebrar alguma coisa no chão.
Aquilo estava acontecendo de novo.
De novo.
E eu não tinha mais ninguém.
Eu sentia minha mente a mil.
Me joguei na cama, pegando meu celular.
Encarei os vários contatos, um em especial.
Encarei o número de Shivani, por minutos.
Como um tortura eterna.
Porém não apertei em chamar.
Duas batidas na porta me despertaram de meus pensamentos bagunçados.
Vi a figura loira de Joalin surgir, ela me olhou com certo receio.
- Posso entrar?
- Claro.- Ela observou cada detalhe do quarto.- O que foi?
- Preciso que me responda uma pergunta.- Fiz sinal para que ela continuasse.- Ela te disse alguma vez que te contaria a verdade?
- Várias, inclusive no dia da briga. Ela prometeu.
Joalin ficou pensativa.
- Você nunca foi a pessoa que eu pensava ao acordar.- Fiquei confuso, ela continuava a indagar seus pensamentos.- Eu achava que eu gostava de você, mas no fim talvez eu só estivesse me enganando.
- Joalin...
- Eu vi vocês naquele dia, a forma como vocês se olharam quando ela estava no palco durante a peça. Ou quando vocês estavam na arquibancada. Não era ciúmes de vocês dois, era inveja da Shivani.- Ela falava como se se desse conta.- Eu tinha uma quedinha por você, mas a Shiv é apaixonada.
Pisquei algumas vezes.
- Precisa falar com ela.- Ela sentou em minha frente falando tudo de uma vez.- Precisam se entender, ela viaja em dois dias, pode falar com ela no aeroporto, pode fazer ela ficar...
- Não dá.- Tentei explicar.
- Por que não, vamos falar com ela e...- A interrompi um pouco irritado.
- Eu não posso.- Seus olhos claros me observaram confusos.- Não é que não quero, eu não posso.
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24/7 -Shivley Maliwal
FanficShivani tem tudo nas mãos. Sempre com tudo sobre controle, desde de sua grande popularidade, aos seus sentimentos confusos. Porém, tudo vai por água abaixo quando uma noite turbulenta, a leva de encontro á Bailey May, com quem vive em conflito na m...