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Encarei o nada da sacada, a rua bastante vazia o ar gélido cedo

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Encarei o nada da sacada, a rua bastante vazia o ar gélido cedo. 

A casa estava silenciosa hoje especialmente. Sem músicas matinais da Joalin, ou os gritos de Joahanna para que tivesse que descer para o café.

Apenas silêncio.

Desci as escadas, e pela primeira vez em todos esses anos não fui recebida por um sorriso doce da mulher.

Sentei na mesa, sem nenhum sequer "Bom dia".

- Onde está a Joalin?- Perguntei com certo receio.

- Na casa da Hina, outra vez.- Assenti.

Encarei a quantidade enorme de comida, senti meu estomago embrulhar, eu não queria comer absolutamente nada.

Eu mal comia e mal dormia nos últimos dias.

Me sentia presa revivendo um pesadelo atrás do outro.

Bailey não ligou.

Nem subiu pela varanda como costumava fazer normalmente.

 Joalin nem tentou me ouvir, e eu desisti de tentar falar.

- Não vai comer?- Balancei a cabeça negativamente, meu pai guardou o jornal.- Tem certeza que vai para a escola hoje?- Confirmei.- Não pretende encontrar o filho dos May, certo?

Vi meu pai avaliar minhas expressões.

Nessas situações geralmente, era comum que Joahanna tomasse a frente, mas ela esta quieta, sentindo falta da fila que morava provisoriamente com uma amiga.

E como meu pai sabia sobre o Bailey? Tudo havia vindo a tona, absolutamente tudo.

- Não, não vou. Nunca mais.- Ele olhou de relance para a empregada, que não falou nada.

- Tem certeza que não vai comer?- Neguei.

- Não consigo.- Me levantei pegando minha mochila.

Charlie me esperou, entrei no carro, enquanto ele dirigia eu observava a movimentação das pessoas na rua, a essa altura todos deviam saber que o prefeito tinha uma filha fora do casamento. 

Sabiam que após tanta confusão envolvendo as duas famílias e eu e Bailey havíamos nos envolvido.

Bailey.

Me questionei o que ele estaria fazendo, se estava indo a escola, se já tinha desencanado de mim.

Eu havia faltado por dias consecutivos, mas hoje não, hoje eu não queria faltar.

Eu não devia.

Seria difícil encarar Any e Sabina sem querer ataca-las de certa forma, mas eu não queria me meter em confusão.

Desci do carro recém estacionado.

Enquanto eu entrava eu evitava a sensação de que absolutamente cada pessoa olhava para mim, me julgando, me atacando, sentindo pena.

Parei no meio do corredor ao notar Joalin e Hina, assim que a loira me viu, andou para o outro lado.

Hina me olhou como se dissesse "sinto muito" e saiu.

Fui em direção ao meu armário. Notei as meninas do time ao longe, Sabina em especial.

Percebi que ela me olhava em forma de desafio.

Desafio que eu não aceitaria.

Retirei minha mochila, abri a mesma e encarei tudo dentro do mesmo, os papeis da peça, fotos com Joalin e Hina, com o time, só então me dei conta de que eu não tinha nada com Bailey.

Talvez eu pudesse me enganar dizendo que era apenas um surto coletivo, e que nós dois juntos nunca existiu.

Coloquei tudo de importante do armário na mochila, fechando mesmo. Suspirei.

- você está péssima.-Brandon apareceu do nada, passei pelo mesmo continuando a andar.

- Seu olho ainda está um pouco machucado.

- Eu sei.- Falou enquanto tentava me acompanhar, ele parou em minha frente.- Desculpa!

- O que?

- Não deveria ter provocado o Bailey, você é uma garota legal, merece ser feliz e eu não quero tirar isso de você. Ainda te quero como amiga, sem piadinhas relacionadas a sair com você.- Não sorri, mas tentei ser gentil

- Pode aproveitar enquanto ainda estou aqui.- Ele me olhou confuso.

Entrei na sala de biologia, e depois a de história.

Durante toda a manhã precisei suportar os olhares de todos sobre mim.

Agradeci aos deuses por não esbarrar com Joalin, mas incrivelmente, me perguntei aonde estaria o filipino.

Ele havia largado a escola outra vez?

suportei tudo, sozinha no almoço, sem treino pois evitei encontrar com qualquer pessoa do time.

E no final da aula fui até a sala vazia, da última peça.

Observei o palco bem desenvolvido.

- Tenho esperança em te ver aí em cima outra vez.

Me virei encontrando Noah.

- Não acho que isso vai acontecer.

- Não?

- Não, provavelmente. Só vim ver isso aqui uma última vez.

- Última vez?- ignorei sua fala, remexendo na mochila e retirando um dos detalhes do figurino lhe entregando.

- Foi incrível participar disso.- Mostrei um sorriso carinhoso para Noah, lhe dei duas batidinhas nas costas e me dirigi a saída.

- Você vai ver o Bailey pelo menos?- Escutei seu questionamento.

- Não pretendo.

- Deveria, ele está no hospital nesse momento e provavelmente louco pra ver você. Deveria fazer isso. Ele vai se sentir melhor se for vê-lo.

- Hospital?- Noah assentiu. 

 

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24/7 -Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora