Capítulo 35

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Na parte da tarde, Mark colocou um filme pra assistirmos, mas acabou tendo que sair para resolver um problema na empresa, depois de tanta relutância saiu. Mas acho que Mark tenha cedido,  porque sabe que tenho visitas e que minha mãe vai vim. As vezes desconfio que eles estão se comunicando o tempo todo para revezarem, em quem  fica comigo. Isso me deixa chateada, porque  posso ficar aqui bem sozinha, sem atrapalhar nenhum deles nas rotinas de trabalho. É difícil para os dois entenderem.

Agora a minha filha tem um nome. Ramona Campbell. É lindo e tão singelo, me permito imaginar como será quando ela estiver aqui, se serei uma boa mãe e se darei conta dela. E se.... E se... Duas pequenas palavras que me atormentam imensamente, o medo de falhar com ela e como mãe . A enfermeira entra e começa a trocar meus curativos, pergunta se está doendo e diz que está cicatrizando bem. Quando ela vai embora, sento na cama e olho para meus pés que parecem pães de tão inchados.

Eu mudei muito e Ramona me ajudou, não consigo imaginar como seria se não a tivesse, ela faz parte de mim e a amo com tanta ferocidade. Um dos meus maiores desejos é ter seu lindo corpinho gordinho em meus braços. Tudo bem que ela é a cara do pai dela, mas será que tem meus olhos castanhos ou os azuis do pai? O avô dela, Owen também tem olhos claros, verdes e são tão lindos, mas não consigo me lembrar a última vez que os vi. É claro que sinto falta dele de alguma forma eu digo que não, mas é apenas para camuflar o que realmente sinto, mas não vou procura-lo, ele está tão bem longe de mim, que nem sente falta, constatei esse fato no meu aniversário de treze anos, quando ele faltou novamente e percebi que não me amamava. Não como os pais amam seus filhos, se ele me amasse teria vindo ao menos me ver alguma vez. Acaricio minha barriga levemente e de uma coisa tenho certeza: Mark será um bom pai para Ramona.

Batem levemente na porta e logo abrem. Eithan e Keila entram com um sorriso largo no rosto, cheio de expectativa.

--Como está nossa mamãe? -- Keila pergunta sorridente. Ela trás um ursinho e uma caixa rosa de presente.

--Estou bem melhor. -- digo contente; ajustando o lençol para cobrir meus pés.

-- Como estão as moças? -- Eithan diz e trás consigo um buquê de rosas e uns balões.

--Vocês são uns doces. -- digo emocionada. Keila me abraça forte.

--Estávamos preocupados. -- Ela diz. -- Cara, meu coração quase sai pela boca.

Eithan me entrega as flores e deixa os balões no chão.

-- Obrigada. -- agradeço; cheiro as flores.

-- Estivemos aqui, quando você estava na emergência. -- Eithan diz.

-- Agradeço pelo carinho de vocês. Isso é muito importante pra mim.

-- Ficamos preocupados. -- Keila começa e me entrega a caixinha rosa e coloca o urso na mesinha, junto com o buquê. -- Eu sinto muito ter atrasado naquele dia.

--Fico mais aliviada por isso. Imagina se Jason presenciasse tudo? Melhor não.

-- E como se sente? -- Eithan pergunta.
-- Já estive melhor. Mas como estou grávida não posso estar tomando qualquer tipo de medicamento, estou muito dolorida ainda.

Eithan toca meu rosto levemente.

-- E essas roxuras?

--Vão sair com o tempo. -- sussurro. Eithan coloca a mecha atrás da minha orelha e sorrir.

--Abre o presente. -- Keila fala empolgada. -- Eithan e eu compramos juntos.

-- Confesso que as minhas são mais bonitas. -- Eithan dispara.

GRÁVIDA DO MEU AMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora