Capítulo 36

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Depois de cinco dias inteiros, a minha esperada alta chegou. Eu me sinto tão feliz e ansiosa por sair daqui. Amanhã pela manhã estarei, finalmente livre. Mark fez questão de me manter aqui, por precaução e a minha pressão que alterava e acabava adiando, mas finalmente acabou.

-- Cuida. -- Rebeca me chama do lado de fora do banheiro. Me encaro no espelho com receio do que pedi a ela. Suspiro fundo e limpo o rosto devagar. Abro a porta incerta da minha decisão e sento na cadeira ao lado da janela.

-- Pode cortar. -- digo baixinho.

-- Tem certeza? -- sua voz vacila.

-- Tenho. -- falo com convicção. -- Vai em frente.

Rebeca está me ajudando hoje com a minha própria aparência. Ela disse que tinha que me cuidar mais e acabei embarcando na idéia, decidindo cortar o cabelo que a anos está desse tamanho. Comprido. Hoje pedi para ela cortar dois dedos abaixo do ombro. Escuto o som da tesoura e Rebeca me entrega o meu cabelo cortado.

-- Se arrepende? -- ela pergunta incerta.

-- Não. A tinta estava muito gasta por conta da gravidez. --falo analisando o tamanho dele agora.

-- Seu cabelo é lindo. Vai crescer rápido.

Ela termina de arruma-lo e um tempo depois, apenas o tonaliza com um castanho claro. A verdadeira cor do meu cabelo.

-- Tomei muito cuidado com a cabeça.

-- Você acha que vai ficar bom?

-- Claro. Melhor do que fazer só uma franja.

Sorrio.

-- Mark vai levar um susto. -- digo baixinho.

-- Você vai vai estar deslumbrante. Eu vou te deixar assim.

-- Espero que você não me estrague. -- sorrio.

-- Você vai ficar mal acostumada de tão relaxada que você vai ficar.

Suspiro aliviada.

-- O bom é que todos estão ocupados com essa almoço de amanhã no parque e sua mãe também.

-- Ela não sabe guardar segredos.

-- Esse aqui não. -- ela constata e olha o relógio. -- Deu tempo. Vamos tirar.

-- Certo.

Rebeca me conduz ao banheiro e me manda logo tomar um banho. O  constrangedor é que ela fica lá também.

-- Você não ganhou tanto peso assim, não é. -- ela diz, olhando pra mim.

-- Não. Mas estou bem inchada.

-- Não é pra tanto.

Ela me entrega a toalha e me enrolo, caminhando rapidamente para o quarto e visto meu vestido rapidamente.

-- Vamos. Sente. -- Ela manda. Enrolo a toalha na minha cabeça e faço o que ela diz.

Rebeca arruma a minha unha dos pés e das mãos que estavam um desastre. Ela me ajuda a tirar a minha sobrancelha e faz apenas uma limpeza de pele rápida com cosméticos. Eu me sinto tão, agradecida por essa atenção que ela está me dando e por cuidar de mim.

Hoje eu mal consigo pintar a minha própria unha do pé, é realmente impossível, e Mark não sabe fazer mal a da mão. Penso nele e logo sorrio, porque eu estou morrendo de saudade, ele tem dormido todas as noites comigo e tem cuidado de mim. Somos tão jovens, Mark só tem apenas vinte e dois anos e está começando a sua carreira, sinto tanto medo de estar atrapalhando seu crescimento profissional. Eu sei que ele está cansado esses últimos dias que estou aqui no hospital, tem sido exaustivo. Suspiro fundo e fecho os olhos. Eu não quero atrapalha-lo. Mark perdeu tanta amizades ao longo do caminho que me pergunto se eram amigos de verdade para terem o abandonado, quando ele escolheu uma vida diferente do que tinha. Festas e álcool. Talvez...

GRÁVIDA DO MEU AMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora