Capítulo 27

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Ouço baterem na porta. Levanto. Abro. Me deparo com duas pessoas ali. Uma garota baixa e magra de cabelos pretos 
O menino era alto. Cabelos castanhos médio e um belo porte físico. Os dois estava de uniforme .

-- Vim ajuda-lá. Sou Jane. -- diz a menina sorridente.

--Sou Tobe. -- Ele sorrir para mim.

Me lembro que Heloisa havia dito no almoço que ia mandar duas pessoas para me ajudarem.

--Podem entrar. --digo. Os dois entram e ficam parados.

--O que vamos fazer? --pergunta Jane.

--Bom. Eu não sei -- Eles sorriem. Estou parecendo uma tonta. Mais eu não tenho ideia do que fazer.

-- Vamos mudar de quarto? -- Sugere Tobe. Pensou melhor.
--Uma boa ideia. -- digo animada. Eles vão logo pegando as malas.

--Onde fica o quarto?

Pergunto .

--No final do corredor.

Concordo silenciosa.

--Obrigada.

Pego uma caixa com meus livros. Nos dirigimos para o fim do corredor. Entro no quarto. Era maior do que o do Mark. Era branco e já estava com os móveis . Faltava apenas as nossas coisas. Tobe e Jane se encarregam de me ajudar com as minhas roupas. Eles colocam no closet. Arrumo os quadros nas paredes com ajuda de Tobe. Eles são simpáticos. Bem educados e já estão aqui a dois anos. O que me surpreendeu. Tobe está estudando Educação física na faculdade por isso trabalha aqui. Estuda a noite. Ele disse que Mark o ajudou a entrar e ganhar a bolsa . Ele o ajuda a pagar o seu apartamento. Tobe manda dinheiro para sua mãe que mora em outra cidade. Ele parece muito agradecido ao Mark. Jane está estudando Enfermagem. Ela mora aqui. Mas a mãe mora na cidade. Ela a ajuda e vai visita-la todo fim de semana. Mark também a ajudou para entrar na faculdade de enfermagem. Jane namora um rapaz do curso se direito. O que não me assustava. Ela é linda.
O quarto já estava arrumado. Até as coisinhas do bebê eles ajeitaram no closet.

--Só falta as coisas do Mark -- Tobe me lembra.

Torço o nariz. Não ia fazer isso. Se ele quisesse ele mesmo vai fazer isso.

--Não. Só depois. Tudo bem ?
Digo. Eles concordam.

--Ainda precisa de nós?
Jane pergunta.

--Não. Vocês foram incríveis hoje. Muito obrigada. Agora quero só um banho.
Tobe sorrir.

--De nada Emma.

Ele passa a mão pelos cabelos suados e sorrir. Tobe é bonito.

-- Nós já vamos.

Continua.

--Ah. Tudo bem. Obrigada de novo.

Eles sorriem. E saem. Fico sozinha novamente. Tenho a ideia de ligar para minha mãe mas me contenho. Ela e Ed fazem aniversário de namoro. Ele me confessou que iria pedir a mão dela em  casamento hoje. Isso me deixou bem animada. Minha mãe ia ter o que por tantos anos ela queria. Uma pessoa que a amasse. Um casamento. Tudo o que ela esperava do meu pai. Pego uma toalha e vou ao banheiro. Ligo o chuveiro e me banho rapidamente. Tudo o que eu queria era dormir. Depois de ter terminado. Visto um vestido folgado. O tecido é grosso então posso usar sem sutiã. Eu amava isso. Penteio o cabelo. Me deito na cama. Depois de tanto me virar acho uma posição confortável. Adormeço querendo que o Mark estivesse aqui.

                     MARK
Depois de ter deixado Emma em casa sozinha me arrependo de imediato. Mas eu precisava sair dali. Esfriar a minha cabeça. Ficar sozinho. Eu estou com tanta raiva que tenho coragem de matar meu pai. Uma ideia que me assustava. Eu nunca que poderia imaginar fazendo isso. Mas agora tudo mudou. Eu sinto nojo em vez de orgulho. Ódio no lugar do amor.
Dirijo a um lugar que apenas eu e Emma conheçemos. Fica atrás do parque. Uma área do outro lado do lago. Ninguém ia ali. Apenas Emma e eu. Apenas os dois anormais iam ali. Estacionou o carro. Desço e vou em direção ao lago. Grito. Meu peito ardia em ódio. Imaginar que o homem que eu sempre amei fez coisas tão terríveis. O sorriso do meu pai aparecia na minha mente. Os  nossos momentos juntos. Tudo foi uma mentira?  Uma encenação? Ele nos amou ?
Sinto as minhas bochechas molhadas. As minhas lágrimas. Minha cabeça estava girando. O meu mundo estava tomando uma nova cor. Meu filho estava vindo. Como eu poderei ser pai? Como amar do jeito certo a mulher que eu amo ? Como fazer o certo? Sou tão explosivo. Eu disse coisas a Emma que me arrependo. Eu deveria ser mais presente. A deixei sozinha naquela casa. Com pessoas que ela não conhece. Eu fui horrível. Suspiro fundo. Eu não quero ser igual a ele. Não igual ao Henry. Levanto a cabeça e vejo o céu cinzento. Iria chover logo. Meu peito descia e subia com tanta força. Precisava deixar esses sentimentos. Olho a extensão do parque. Tão verde. Vou em direção do carro e pego os fones de ouvido. Ajeito o celular em meu bolso. Coloco algo para ouvir. E corro aquela área do parque. Estou tomado de raiva. E tudo aquilo deveria sair de mim. Não seria bom para Emma que estava doente. Com anemia. Para o bebê. Para mim. Não seria bom para nós. Sinto meu coração apertar. E minhas pernas doerem. Sinto a chuva contra a minha pele. E paro. Eu deveria parar. Meus músculos doem. Sinto minha cabeça melhor.
Pego o celular. E são seis e quarenta. Passei a tarde aqui. O que Emma estava fazendo ?
Caminho de volta ao carro. E parto daquele lugar que me trazia boas lembranças. Uma delas foi o meu primeiro beijo com Emma. Na verdade todas as lembranças boas que tenho ali são com ela. Sorrio. Ela deveria estar morrendo de raiva agora. Minha culpa em não saber lidar com meus sentimentos. Com os problemas. O trânsito estava calmo. Meu carro estava uma sujeira. Não sei como não me sente incomodado. Chego em casa depois de trinta minutos. Olho o relógio e são sete e dez. Emma deveria estar com muita raiva. E magoada comigo. A ideia não me alegrava nem um pouco.
Estaciono. Desço. Entro em casa. Rebeca estava na sala mexendo no notebook. Ao me ver ela levanta o olhar. Com raiva.

GRÁVIDA DO MEU AMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora