GRÁVIDA DO MEU AMIGO

Capítulo 43

Corto em pequenos cubos a cenoura e despejo na panela com água quente. Lavo os brócolis em silêncio. Tudo que faço agora é em silêncio. O vazio está instalado no apartamento assim como em mim.

Uma semana. Se passou uma semana e Mark ainda não acordou. Toda vez que essa notícia passa na minha. mente fico aos prantos. Enxugo com a costa das mãos, o canto dos olhos.

Agora acompanho Mark todos os dias, nas pequenas sessões de fisioterapia, para que seus músculos não atrofiem.
Todos voltaram para suas rotinas, mas continuo no hospital todos os dias na expectativa que ele acorde. Se passar mais de quatro semanas e isso não acontecer....

Viro com cuidado meu corpo para a frente e levanto o rosto para cima. Escuto meu choro desesperado e incompreendido.

Suspiro fundo. Estou cansada de chorar. Me mostre como continuar lutando por nós. Porque o vazio se instalou no meu coração e só você pode faze-lo inteiro novamente.

Batem na porta e dou pulo, assustada. Limpo o rosto com a água fria, na pia. Passo os dedos em meus cabelos, na tentativa de arruma-los.

Abro a porta rapidamente. Com um sorriso largo, minha mãe me abraça.

-- Como está, querida? -- pergunta ela.

Desprendo meu corpo do seu. Ela me  acompanha até a cozinha. Desligo o fogo.

-- Estou preparando o almoço. -- digo rapidamente.

Minha mãe, segura em suas mão as minhas. Ela me encara com o olhar preocupado.

-- Como você está? --Ela pergunta novamente.

-- Estou tentando... -- sussurro baixinho. -- Eu juro... mas não estou conseguindo.

Seus dedos acariciam meu rosto levemente.

-- Não perca as esperanças. -- diz ela. -- Ele vai acordar.

Pisco algumas vezes, sentindo as lágrimas voltarem.

-- Estou tentando.... -- choramingo;  umedeço os lábios.

-- Tem certeza que... -- diz minha mãe -- não quer voltar para casa?

-- Tenho. -- digo.

-- Você está sozinha aqui. Deve estar se sentindo solitária.

-- Eu não estou sozinha. -- digo baixinho, com um pequeno sorriso.

-- Eu sei querida. -- ela sorrir; sabe que me refiro a Ramona. -- Mas sabe que seu quarto sempre estará lá.

Concordo em silêncio. Minha mãe me abraça forte.

-- E o que você quer para amanhã? -- minha mãe pergunta.

-- Que o Mark acorde. -- digo rapidamente. Seus olhos me encaram com tristeza.

Acredito que a maioria das mães que amam seus filhos, sofrem ao vê-los tristes. Esse é o caso da minha mãe. E dói muito em mim, vê -la assim por minha causa.

-- Amanhã é seu aniversário... -- diz ela. -- Ed e eu queríamos jantar com você.

-- Estava pensando em passar a noite no hospital.

--Em... -- sussurra minha mãe.

-- Podemos almoçar. -- digo. -- Quero passar a noite com ele.

-- Como quiser querida. -- ela diz. -- Agora, preciso voltar para o trabalho. Essa semana irei viajar para montarmos um casamento aqui perto. Apenas 4 horas de viajem. Você quer que eu fique com...