Capítulo 49

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Encaro meu quarto com o braço sobre o peito. Toco minha cama levemente com a ponta dos dedos, fechando os olhos. Um flashback de lembranças me imundam.

-- Esse sempre será o seu quarto. -- minha mãe sussurra.

Me viro para encara-la. Respiro fundo.

-- Vocês tem certeza dessa decisão? -- pergunto.

Minha mãe se aproxima de mim. Ela pega minha mão com carinho e vejo seus olhos iluminados.

-- Ed e eu pensamos muito. Não posso ter filhos agora.

-- Mãe... você é nova.

-- Mas esperei tempo demais pelo segundo. E eu não quero mais passar por tudo.

-- Obrigada pela parte que me toca.

-- Querida, só digo que eu não me sinto mais confortável para isso.

-- Então?

-- Vamos adotar. Aqui tem espaço suficiente, mas se der certo. Ele ficará no outro quarto. Esse sempre será o seu. Ele vai estar caso precise, ou bata saudade.

-- Obrigada...

-- Ramona pode ficar com ele.

-- Acredite ela vai gostar.

-- Estamos nervosos com tudo. Ed está ansioso para contar a filha dele.

-- Ela vem morar com vocês?

-- Acredito que sim. A mãe dela vai e mudar com o marido e Isabela não que ir.

-- Entendo. A casa vai ficar cheia. -- digo baixinho.

-- Mas você venha nos visitar.

-- Venho sim.

Minha mãe me puxa para um abraço apertado. Sinto seu rosto encostar em mim. Suas mãos acariciam minhas costas.

É estou com vontade de chorar. Minha mãe vai recomeçar a sua vida novamente e tudo está acontecendo tão rápido. Eu sei que se ela adotar uma criança seu tempo será reduzido. Tento não pensar o quanto pode nos afastar, não quero atrapalha-la. O que posso dizer? Estou construindo a minha também.

-- Vocês estão aqui. -- Ed diz.

Nos separamos, limpando o rosto com as mãos rapidamente.

-- Cheguei em uma hora ruim?

-- Não, querido. -- minha mãe diz com um sorrisinho.

-- Cuida da minha mãe.  -- digo baixinho.

Ed sorrir e seus olhos se fixam na minha mãe.

-- Sempre, Em. Estamos tendo nossa segunda chance. Juntos.

(...)

Estou sentada na varanda na casa de Heloisa conversando com ela e Rose.

-- Onde está, Rebeca? -- pergunto.

Heloisa apoia a cabeça em sua mão.

-- Saiu. Ouvi ela no telefone falando com seu pai. Eles estão juntos?

Engulo a seco. Se eu disser algo e Heloisa não gostar a culpa poderá ser minha. Rebeca vai contar.

-- Não sei. Acho que se algo acontecer Rebeca vai dizer.

-- Seu pai é velho demais para ela. -- di ela. -- E se ele magoar minha filha?

-- Acredito que Owen mudou. Mas se eles chegarem a se magoarem a culpa não será só dele.

GRÁVIDA DO MEU AMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora