CAPÍTULO 20

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Gente, eu queria deixar claro que eu leio absolutamente TODOS os comentários. E quê isso, hein meninas? Que fogo todo é esse? Gosto, continuem.

E eu tô rolando de rir vendo vocês fechadas com o shipper Gwen e Paul chegando aqui totalmente cadelinhas do Hardy. É difícil resistir, né minha filha? Eu entendo.

❝E eu não me importo com o que dizem sobre você, amor

Eles não sabem o que você passou

Confie em mim, eu poderia ser o único a te tratar como uma dama.❞

— Shawn Mendes, Bad Reputation.


O nadador está se levantando. Seu olhar alucinado parece capaz de derrubar dez homens. Sangue pinga no chão sem parar; sua camisa branca absorve algumas gotas. De costas para o garoto Hardy não nota nada. Ele está olhando para mim, apenas para mim. Seu peito sobe e desce em descompasso com o meu enquanto espera por uma reação minha.

Hardy não deveria abaixar a droga da guarda tão rápido. Mas ele o faz, deixando o oponente livre para acertá-lo por trás.

Capto brevemente a expressão confusa de Riviere quando corro para cima dele, embora não seja meu alvo. Apenas passo ao lado, roçando meu ombro no dele. Redireciono toda a minha concentração impelida por raiva para quem está logo atrás.

Fecho os dedos o mais apertado que posso, miro na linha da mandíbula e soco com toda força, sem hesitar. Meu corpo treme com o impacto e descargas de choque ferroam minha coluna.

O garoto cambaleia para trás com a mão na área atingida e alguém o ampara.

Experimento o ápice de satisfação por um curto período de tempo, que logo dá lugar ao mais cintilante arrependimento. A dor é tão grande que dou pulinhos e chacoalho o braço na tentativa de aliviar algo. Vejo estrelinhas. Não tenho coragem de checar. Quebrei os dedos? Algum osso importante? Aperto as pálpebras, esperando passar.

Alguém segura minha mão dolorida e sopra. O ar gelado acalenta minha pele magoada. É o melhor dos bálsamos.

Abro uma fresta e espio. É Hardy.

— Por que você está soprando meus dedos? — Minha voz sai falha. Quero rir da careta que ele faz e chorar ao mesmo tempo.

Quem olhasse de longe diria que Hardy está sentindo dor, e não eu.

Ele para de soprar, visualmente irritado. Não posso evitar o espanto. Por que diabos ele está bravo?

— Será que vou ter que te ensinar a dar um soco decente?

Puxo minha mão com cuidado.

— Ele caiu, veja. — Indico o nadador com um menear de queixo. Alguém está pressionando um guardanapo em seu nariz enquanto ele geme pelos dois hematomas recém adquiridos. — Deu certo.

Hardy bufa.

— E você está morrendo de orgulho agora, não é?

— Ah, sim. — Forço um pseudo-sorriso eufórico. — Quase não sinto dor de tanta satisfação.

Hardy relaxa e ri, mas eu choramingo por causa de uma fisgada repentina nos dedos. Ele captura novamente minha mão e voltar a soprar, como se ajudasse.

Meus olhos são atraídos, quase que por instinto de sobrevivência, para o terno escuro e sapatos sociais perfeitamente polidos que se aproximam, abrindo espaço na aglomeração de alunos curiosos. O diretor Mackenzie parece um touro bravo quando irrompe para dentro do pequeno círculo em que Hardy, eu e o nadador abatido estamos.

Contando Até DezOnde histórias criam vida. Descubra agora