Termos usados:
Ketsumei: equivalente a um "casamento", porém sem necessariamente uma relação física! Estabelecendo um tipo de união através de um pacto de sangue entre nobres pelo fortalecimento de uma nação, povo ou casa..
Harakiri: segundo a tradição japonesa, a morte com honra (ou suicidio pela honra) representava um ato de coragem e de redenção para alguém que cometeu um pecado ou uma grande ofensa.
shujin: É um termo tradicional para "chefe da casa" ou "marido" em um contexto mais formal e antigo.
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No dia seguinte quando amanheceu, os pensamentos acerca da conversa que tive com Zu'rien ainda perduram. Eram murmúrios incômodos de sua voz ríspida e rasgada me fazendo ameaças, me depreciando, desonrando o bom nome da minha família.
O espelho conferia uma visão tristonha de mim mesma, os cabelos enrolados num coque frouxo, as roupas de seda que desgrudavam do meu corpo e a vontade de sair gritando pela rua que ela tinha intenção de desorganizar as casas usando a retórica, que tinha planos para desestabilizar as hierarquias do Santuário para prejudicar a todos.
E aquilo, aquela sensação de estar cercada por ela — ser obrigada a enfrentá-la no dojo daqui exatos dois dias sabendo que seria humilhada propositalmente, não me fazia sentir melhor. Por mais que eu tivesse passado horas treinando, com os braços doendo e as pernas doloridas, eu não queria ter que brigar com alguém do meu povo por nada além de vaidade.
Eu só queria a paz.
Pelo visto, esse sempre tivera sido o desejo das nações que vivem nesse Santuário, tanto as da terra quanto as do céu.
Depois que preparei uma veste que se acentua gentilmente no meu corpo, ouvi um toque na minha porta e disparei para atendê-la, tendo como visitante... ele.
— Izanami-sama — Minato presta uma breve e cordial reverência que eu logo igualo.
— Minato-san... o que você quer?
— Minha mãe sugeriu que fossemos dar um passeio logo cedo. O que acha?
— Não estou em clima para nada. Ainda mais quando se trata de tentar ser cordial quanto a sua presença.
— Não ficamos acordados que esse matrimônio seria de total desinteresse. Você me entristece com essa negativa.
— Bem, diga então para a sua mãe que sou eu quem não está de acordo com o dito dela — começo meu caminho para encontrar Akemi e lhe desejar um bom começo de dia.
Mas ele continuava lá, parado. Eu, andando de forma a forçá-lo a me seguir ou desistir logo, preferencialmente que desistisse e me deixasse em paz. Se eu pudesse, só conversaríamos quando o matrimônio se cumprisse.
— Izanami... — ele chama, corre para me alcançar. — Você já... presenciou o nascimento da chuva?
Parei para lhe dar tal atenção sobre algo que me interessou.
— Não — agora estou presa pelo interesse. — Quando cheguei, soube que havia uma maldição dos Divinos castigando Terracota, depois disso nunca mais vi a invocação do temporal. Acredito que depois de dez anos chovendo ininterruptamente, ninguém mais queira ver chuva por um longo tempo.
Ele riu.
— O temporal é necessário para revitalizar o plantio. Hoje choverá sobre as campinas, como é desígnio de Tsuna. Ouvi dizer que relva e tomates começaram a crescer por lá graças à magia do Chikyu para acelerar o crescimento da vida e do empenho dos Akhans. Se quiser presenciar... me acompanhe.
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O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)
Fantasía[VENCEDOR DO PRÊMIO #THEWATTYS2021 EM FANTASIA!] Exilada de sua casa e vivendo entre lobos, Izanami não tem lembranças do seu passado, de quem ou o que a levou até a floresta quando, dez anos antes, a desonra do seu estimado mestre tirou...