(二十) O Inimigo Furtivo

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No começo eu pensei que Hisashi nos levaria até a sala do Conselho novamente, onde trataria de algum assunto importante que envolvesse tanto a minha segurança quanto algo que interessasse a Minato. Mas, depois que passamos pelas principais salas de reunião, do Conselho e dos sacerdotes, foi que nos direcionamentos até a Ponte do Céu, atravessamos por ela e seguimos em direção ao sul do Santuário onde haviam quedas d'agua e uma ponte segura por onde passavam montarias da Guarda e onde, ao fundo, havia uma grande cabana de madeira com kanjis que diziam "enfermagem".

A sala da enfermagem, que era um centro médico bem preparado com todos os tipos de curandeiros do Santuário; homens, mulheres e alguns jovens que trajavam roupas verdes muito apertadas. O centro era dividido por salas cobertas e muito limpas, tudo tinha cheiro de ervas. As muitas luzes presas no teto natural nos guiaram por dentro dele, através de pessoas adoecidas e salas reservadas.

E foi numa dessas salas com uma cortina verde que notamos uma movimentação maior.

E bastou que Minato atravessasse as cortinas para que entrasse em desespero.

— Por todos os Divinos! — ele quase gritou.

Na sala estavam Tsuna, a mãe de Minato; a senhora Naomi, dois jovens curandeiros e uma shōjo de cabelos claros com mais ou menos doze anos sobre uma mesa de madeira e com um fino véu branco sobre o corpo.

Eu tapei a boca. Ela tinha um corte profundo em formato de X que tomava do ombro até a lateral do abdômen de ambos os lados, além de estar com a pele esbranquiçada... e sem nem uma marca de sangue.

— O que aconteceu? — ele se dobra sobre a shōjo. — May? May! Minha irmã, você pode me ouvir? — ele lhe afagou os cabelos. — Mãe, o que aconteceu com ela?

Tsuna se aproximou de mim com suavidade.

— May sofreu um atentado — a mãe lhe diz. — Nós a encontramos ajoelhada no meio da intersecção de ruas da nossa casa. As pessoas que a encontraram disseram que ela falava coisas desconexas e estava apavorada por alguma coisa que ela viu momentos antes.

— Não! Minha amada irmã! — ele não se aguentou, lágrimas dolorosas lhe escorriam pelo rosto onde as barbas se fechavam. — Tsuna, o que você tem a dizer?

— Bem... — Tsuna suspirou profundamente. — Aparentemente, a mesma coisa que atacou os Adoradores do Sol, voltou a atacar.

— Mesma coisa? — associou Minato. — Que coisa é essa que já matou três pessoas e você não faz nada para tentar entender?

Naomi se aproxima do filho e o faz sentar na ponta do leito, lhe acaricia os ombros.

— Acreditamos que isso, esses atentados contra os membros das casas, tenham tanto cunho político quanto...

— Sobrenatural — sou eu quem pontuo o óbvio, pois sabia que aquilo não era obra de homem. Não podia ser obra de homem, era maldade além do comumente visto por eles. Ninguém mataria uma pessoa para lhe roubar o Qi, seria cruel e desumano. Mas para os Escuros, isso não seria incomum. — Oba-sama, tem as mesmas características do último atentado!

Naomi se ergueu diante de todos, trajava um quimono preto requintado.

— Antes de dar o seu último suspiro — ela funga, tinha os olhos mareados. — Ela disse algo. Ela falou o que tinha a atacado.

— E... o que foi? — Tsuna demonstra total interesse.

Naomi suspirou.

— Bem... ela chegou febril, segundo os curandeiros que a receberam. Mas eu sei que ela acordou e saiu bem antes das seis da manhã porque tinha provação a cumprir aqui com sua mestre. Ela não viu o rosto, mas disse que... disse que foi atacada por alguém ou algo que carregava uma Luminata.

O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)Onde histórias criam vida. Descubra agora