(四十二) Erros Repetidos

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— A não...

Eu cai ajoelhada, me atirei ao chão praticamente atingindo a terra quando esmurrei o piso e me cobrei por mais uma vez estar de volta.

Eu chorei, tentei conter meus gritos mas não conseguia negar que agora estava desesperada com a possibilidade de ficar presa nesse lugar para sempre.

Isso certamente era uma armadilha para tragar qualquer que fosse o invasor, não importando quem fosse. Nós caímos, não deveríamos sequer estar nesse lugar.

Mas, de repente, algo tocou meu ombro e eu prontamente pus a mão à frente do corpo para me proteger.

— Ei, acalme-se, minha amiga! — era Akemi. ERA MESMO AKEMI. Eu soube daquilo assim que toquei em seus braços e a sacolejei, movi seus cabelos loiros sobre as orelhas e segurei seu pulso, sentindo o pulsar de seu coração.

— Akemi, é mesmo você! Tenho certeza disso.

— Se não fosse eu, não seria eu — ela forçou um risinho divertido. — Por que está aí jogada?

— Eu achei que ficaria sozinha nesse lugar para sempre! Eu tentei seguir para frente Akemi, mas desde que entrei nessa sala, eu fico repetindo as mesmas coisas seguidas vezes! A sala está testando nossos valores, eu sei disso! Você não esteve conosco na Ponte Flutuante, mas nós encontramos um corvo chamado Yatagarasu e eles nos disse coisas importantes como essa.

Ela me ajudou a se levantar e depois ajustou minhas vestes ao corpo.

— É claro que é um teste. Tudo na vida trata-se de um teste, não? Por Maatsu Ohkami, eu também passei por muita coisa até chegar aqui e não me arrependo de ter sido provada porque fui verdadeira em tudo o que disse até então.

Consenti com a cabeça. Minato ainda estava ali, assim como a tocha apagada nas mãos da estátua sobre sua cabeça.

— E você? Foi verdadeira em tudo até então?

— Eu... eu fui. Sim, eu fui, minha amiga. Você está vendo Minato ali ou sou apenas eu?

Ela olhou na direção que meus dedos apontavam e depois para mim.

— Ele é uma ilusão, Izanami-sama.

— Eu sei disso! Mas... quando conversamos, eu lhe disse toda a verdade sobre... meu amor por ele.

— Mesmo? E... foi verdadeira?

Olhei-a com estranheza.

— Por que fica repetindo isso?

Porque ela precisava saber disso — pensei. E estava de certa forma prevendo algo que só notei depois que virei a cabeça para o meu lado direito e ali, de repente notei que... a tocha havia se apagado.

Só restavam dois caminhos — os dos corvos. E quando olhei para Akemi, eu tive a suspeita de que...

— A menos que... você não seja real. Nada disso é, por que você seria?!

ELA FOI TOMADA POR UMA FEITICEIRA, AINDA ESTAVA DEBILITADA!

— Izanami-chan... eu... não sei do que você está falando. Sim, eu descobri que as coisas aqui não são o que parecem e por isso te encontrei, mas... eu sou real!

— Prove.

Ela suspirou e cruzou os braços.

— Sua cor preferida é âmbar e a do seu irmão é azul. Sua flor favorita é o lótus e não a cerejeira como você sempre disse para a sua mãe, mas gostava que ela as comprasse unicamente porque eram cheirosas. Você mesma faz as suas roupas porque acredita que precisa ser única para ser especial. Você estava se enamorando por Minato, mas também estava dividida entre ele e Hisashi-san.

O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)Onde histórias criam vida. Descubra agora