(四十一) O Lar da Primeira Luz

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Termos usados:

Raito: significa "Luz".

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— Izanami, Filha da desonrada casa de Makal.

Há um sinal luminoso à distância, através da aurora fria e do sereno na madrugada a qual enfrentamos dolorosamente. Yuki não se importa com o frio, mas eu estou congelando e com muita fome desde que encontramos uma presa recém abatida e tiramos de um predador o que poderia ser sua única chance de se alimentar naquele dia.

Hisashi disse que poderíamos estar no lugar daquela presa, ou poderíamos ter predado o predador, mas aconselhou que na selva era "dente por dente" e "pata por pata". Eu entendi apenas que aquilo significava que o mais forte deveria vencer, e que o predador não morreria de fome se fosse atrás de outra presa.

Depois que atravessamos a Ponte Flutuante, nós entramos em uma floresta repleta de criaturas mágicas e pouco ou nenhum obstáculo — senão os predadores ferozes. Com a nossa aproximação através de uma inclinação, sabemos que estamos chegando a algum lugar através da encosta erma, de grama pisada, de suprimentos abandonados e um cheiro característico de mato queimado, fuligem e cinzas que eu recolho nas pontas dos dedos.

— Acho que estamos próximos — dito. — Não estamos mais na Ponte.

— Consegue ver algo? — perguntou Hisashi, apoiando a cabeça de Akemi gentilmente na árvore antes de tirar a sua sobreveste (naquele frio) para aquecê-la. Ela reage, abraçando os panos.

— Não... tem muitos pedregulhos. O templo fica por aqui mesmo, Yuki?

— Sim, lá embaixo! — ela se inclina na encosta com quilômetros de altura e se desequilibra, eu a agarro para que não caia.

Então olhei para Hisashi.

— Vamos prosseguir?

— Sim — ele recolheu Akemi novamente, para que então seguíssemos.

Eu amava a luz.

Eu amava o calor do fogo.

Mas depois que os meus olhos alcançaram aquela visão abaixo, o que poderia ter acontecido ali, eu estremeci por dentro e levei a mão até a boca.

— Sagrados Divinos.

— O que aconteceu aqui? — indignado, ele observou.

E observamos juntos o que pode ter sido um grande ataque, as dezenas de barracas queimadas, corpos queimados, rastros de magia no ar, raios magnetizando a atmosfera e um imenso templo com paredes de ouro e teto abobado, construído na montanha, aparentemente imaculado.

Nos encaramos novamente, então seguimos para lá.

Estandartes queimados, dois cavalos com as patas feridas andando desnorteados e o cheiro de morte e carne queimando que fez o meu estômago revirar.

— Houve... uma batalha aqui — defini, pegando poeira e jogando contra o vento. — Os sinais são claros, incontestáveis.

— Aquele é o brasão dos Senhores da Guerra; a águia carmesim sobre um livro. Esses são acólitos.

— Não parece que eram proeminentes em magia.

— São apenas a força bruta.

— Achei que usassem magia.

— São escravos reencarnados, manipulados e irrefreáveis.

Engoli em seco, olhando para o horizonte na direção do templo quando ameacei dar um passo.

O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)Onde histórias criam vida. Descubra agora